Primeiras Impressões | The Boys (4° Temporada) - Episódios 1, 2 e 3

Divulgação | Prime Video

TítuloThe Boys (Título original)
Ano produção2023
Dirigido porEric Kripke
Estreia
13 de junho de 2024 (Mundial)
Duração 8 episódios
Classificação18 - Não recomendado para menores de 18 anos
Gênero
Ação - Aventura - Ficção Científica - Drama
País de Origem
Estados Unidos


Sinopse

O mundo está à beira do colapso. Victoria Neuman está mais perto do que nunca do Salão Oval e sob o controle de Capitão Pátria enquanto ele consolida seu poder. Bruto, com apenas alguns meses de vida, perdeu o filho de Becca e seu emprego como líder dos The Boys. O resto da equipe está farto de suas mentiras. Com os riscos mais altos do que nunca, eles devem encontrar uma maneira de trabalhar juntos e salvar o mundo antes que seja tarde demais.

• Por Alisson Santos
• Avaliação - 9/10

A quarta temporada começa seis meses após a chocante conclusão da 3° temporada, quando Capitão Pátria (Antony Starr) assassina um civil na frente de centenas de testemunhas. Ele sempre temeu que as pessoas percebessem que ele é um monstro, mas sua ação brutal alimentou o amor e a admiração de seus seguidores. Para combater a multidão furiosa de Capitão Pátria, Annie (Erin Moriarty) tem trabalhado para inspirar as pessoas a usarem meios de protesto democráticos para controlar o país e lutar contra Vought, uma tarefa desafiadora, já que ela rejeita usar o manto de Luz Estrela. Capitão Pátria e Annie estão disputando os corações de apoiadores, trazendo uma bem-vinda mudança de ritmo para a série. Enquanto isso, nas sombras, os The Boys tentam impedir Victoria Neuman (Claudia Doumit) de se tornar vice-presidente, pois temem o que um super pode fazer com esse poder.

The Boys sempre foi uma série política particularmente interessada em mostrar como a mídia é uma ferramenta poderosa de manipulação, para o bem ou para o mal. Ainda assim, o momento atual permite que a série espelhe a política dos Estados Unidos melhor do que nunca. Em primeiro lugar, a rivalidade Capitão Pátria/Annie divide a nação ao meio, não muito diferente do embate entre Democratas e Republicanos. Além disso, o que está em jogo na quarta temporada não é apenas o futuro do país, mas a própria verdade, à medida que os teóricos da conspiração preenchem o vácuo deixado pela falta de propósito das pessoas em um império em ruínas.

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Por um lado, inspirar-se na realidade garante que The Boys possa lançar alguma comentários mordazes sobre as estratégias desprezíveis que os políticos populistas usam na sua busca incessante pelo poder. No entanto, a quarta temporada se recusa a morder o fruto mais fácil de criar uma dicotomia simplista entre heróis e vilões. Capitão Pátria é o maior antagonista da série, então há a abordagem de ver seus seguidores como fanáticos enlouquecidos e Annie como a líder de uma multidão justa e honesta. O fato é, isso torna um lado do conflito antiético, mas também não isenta o outro dos seus erros.

Não é por acaso que, ao mesmo tempo que essa temporada explora as terríveis consequências de Capitão Pátria jogar o jogo político em público, The Boys também olha para o passado e força os protagonistas a enfrentarem os seus pecados. Francês (Tomer Capon), Kimiko (Karen Fukuhara) e até Annie fizeram coisas horríveis. Então, como eles podem julgar o caminho tortuoso seguido por Trem-Bala (Jessie T. Usher) e Ashley (Colby Minifie)? 

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O que está no centro dessa temporada de The Boys é a terrível questão filosófica de como nossas escolhas passadas moldam quem somos. As pessoas estão algemadas pelos erros do passado? Ou deveriam buscar a redenção? Onde traçamos o limite e que tipo de transgressão é imperdoável? Se heróis e vilões fizeram escolhas igualmente repreensíveis, o que os torna diferentes? E é surpreendente que The Boys consiga ter um núcleo temático tão forte sem perder de vista o desenvolvimento individual de seus personagens e da trama. Ao explorar o passado de todos, a série preenche algumas lacunas e permite que os fãs entendam melhor o que motiva as pessoas no universo de The Boys. Isso vale para ambos os lados do conflito, o que ajuda a expandir os tons de cinza que compõem a paleta sombria da série.

Embora os arcos de todos girem em torno de ideias semelhantes, o roteiro está excepcionalmente preocupada com os paralelos entre Capitão Pátria e Billy Bruto. Desde a primeira temporada da série, fica claro que esses dois personagens são igualmente maus, apenas jogam em lados opostos do tabuleiro. Essa temporada torna isso mais evidente do que nunca, com ambos lutando com sua humanidade. A única diferença entre eles é que um está tentando se livrar de sua camada humana enquanto o outro a busca desesperadamente. 

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A jornada de ambos também está ligada à sua mortalidade. À medida que Billy Bruto e Capitão Pátria percebem que seu tempo no planeta é limitado, sua luta pela posse de Ryan (Cameron Crovetti) se intensifica. O garoto é a oportunidade de Capitão Pátria construir um legado, um futuro que Billy deseja evitar a todo custo. Com o tempo batendo à sua porta, eles continuarão pressionando Ryan, que pode estar condenado pelo desejo de ambos de controlar seu destino.

Vale ressaltar, a série não deixa de ser diabólica. Pelo contrário! Os episódios iniciais possuem alguns momentos bizarros e sangrentos. Apesar da complexa discussão política no centro, os responsáveis por The Boys sabem que o sangue e as piadas mórbidas fazem parte do que torna a série tão única e não estão tentando mudar isso. Também vale a pena pontuar que os roteiristas também continuam encontrando maneiras brilhantes de subverter os arcos favoritos dos fãs dos quadrinhos de Garth Ennis e Darick Robertson. Eles nunca deixam de mostrar sua admiração pelo material original, mas também sua rara clareza quando se trata de adaptações.

A diabólica quarta temporada de The Boys estreia amanhã, com três episódios, seguidos de episódios semanais lançados toda sexta-feira, até o final da temporada no dia 18 de julho.

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