Crítica | Avatar: O Último Mestre do Ar - Uma boa série, um bom entretenimento, mas parece muito mais um resumo sem identidade da animação.

Divulgação | Netflix

TítuloAvatar: The Last Airbender (Título original)
Ano produção2023
Dirigido porAlbert Kim
Estreia
22 de fevereiro de 2024 (Mundial)
Duração 8 Episódios
Classificação12 - Não recomendado para menores de 12 anos
Gênero
Fantasia - Ação 
País de Origem
Estados Unidos 
Sinopse

Um garoto conhecido como o Avatar precisa dominar os quatro poderes elementares para salvar um mundo em guerra e enfrentar um inimigo implacável. Watch all you want. Gordon Cormier estrela com Kiawentiio e Ian Ousley esta releitura em live-action da aclamada série de animação.

• Por Alisson Santos
• Avaliação - 7/10

Não é exagero dizer que nada pode substituir a animação original; não é preciso ir além da tentativa frustrada de M. Night Shyamalan. Não há como descrever a ferida que isso deixou no fandom sem chegar à hipérbole. Em nossa defesa, porém, é difícil ver personagens com os quais você cresceu, adaptadas sem a reverência que merecem. Então, chegamos em Avatar: O Último Mestre do Ar da Netflix. Desde o início, essa adaptação é a mais esteticamente fiel já tentada. O cuidado para construção do mundo é extremamente apreciado por mim. O showrunner Albert Kim sabe que não deve mexer em algo bom e, portanto, o resumo central de Avatar permanece praticamente inalterado. Na história, quatro nações vivem em harmonia. As Tribos da Água, a Nação do Fogo, o Reino da Terra e os Nômades do Ar são definidos por suas respectivas habilidades de manipular (ou “dobrar”) um elemento natural. E uma vez a cada geração, surge um ser com o poder de dobrar todos os quatro: o Avatar. A história efetivamente começa quando Aang (Gordon Cormier), um mestre dobrador de ar de 12 anos, é identificado como o próximo Avatar.

A princípio, o jovem Aang não está disposto a assumir a responsabilidade. Ele desaparece no momento em que a Nação do Fogo lança um ataque aos Nômades do Ar, destruindo uma raça inteira de dominadores e dando início a um conflito global. Cem anos se passam antes que Aang seja encontrado, congelado em um iceberg, por dois irmãos da Tribo da Água do Sul. Desde então, a Nação do Fogo conquistou metade do mundo, tornando a relutância de Aang mais problemática do que nunca. Com a ajuda de Katara (Kiawentiio Tarbell) e seu irmão, Sokka (Ian Ousley), o Avatar precisa dominar os três elementos restantes para derrotar a Nação do Fogo e restaurar a esperança em um mundo devastado pela guerra.

A jornada de Aang está repleta de reviravoltas e inúmeras adversidades. Isso funciona na série animada, porque cada uma de suas três temporadas contou com 20 episódios, permitindo que a história se estendesse e expandisse o mundo, mas o Avatar da Netflix não tem esse luxo. Além de ser um estilo que já está praticamente extinto, Avatar: O Último Mestre do Ar tem a pressão adicional de trabalhar com jovens atores que podem ser atingidos pela puberdade a qualquer momento. Combinado com o formato da Netflix, essa adaptação adota uma abordagem muito mais serializada, simplificando os muitos arcos da animação original sempre que possível. É aqui que a nova série se afasta da sua antecessora... e onde mais sofre. Mesmo com oito episódios, é impossível cobrir todos os pontos da trama da primeira temporada. Albert Kim e sua equipe criativa não têm medo de comprometer ou priorizar um arco em detrimento de outro. Eles também não têm medo de adicionar contexto à história original ou provocar arcos futuros na primeira temporada.

Divulgação | Netflix

O primeiro episódio abre com um evento que antes era apenas aludido: a destruição dos Nômades do Ar. É um cenário visceral e fascinante, que estabelece o quão malvada a Nação do Fogo pode ser e dá o tom com combates e bons efeitos visuais. O Avatar da Netflix está interligado diretamente com o legado do original. Essas escolhas criativas muitas vezes divergem do escopo geral, especialmente no que diz respeito a antagonistas como Zuko (Dallas Liu), príncipe da Nação do Fogo, e sua irmã, Azula (Elizabeth Yu). Dallas Liu brilha como Zuko, abraçando a raiva e o sentimento que fizeram dele um dos personagens emergentes da animação. Seu companheirismo com Paul Sun-Hyung Lee, que interpreta Iroh, constitui o coração da série. Azula, por outro lado, parece uma adição desnecessária. Elizabeth Yu é frequentemente uma maravilha de assistir, especialmente quando se inclina para a ferocidade de Azula. Dito isso, cada desvio que a série faz para retratar sua vida na Nação do Fogo e os obstáculos que ela tem que superar para apaziguar seu pai, o Senhor do Fogo Ozai, tira o impacto do enredo principal e dos personagens que mais precisam ser desenvolvidos.

A equipe criativa demonstra um claro amor pela animação, e isso se manifesta no elenco, figurino e efeitos visuais. Mas o Avatar da Netflix quer salvar muita coisa da animação original, até mesmo piadas... bem, era um animação para crianças. Esses toques muitas vezes entram em conflito com o próprio tom dessa adaptação. Algumas cenas são recriadas e reaproveitadas com detalhes meticulosos, desde diálogos até tomadas de câmera, mas isso não acrescenta nada. Como resultado, Avatar: O Último Mestre do Ar é uma boa série, um bom entretenimento, mas parece muito mais um resumo sem identidade da animação.

Comentários

  1. Tem gente tentando forçar essa série como maravilhosa, perfeita, ela é só divertidinha e só.

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  2. Eu acho o filme muito injustiçado.

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  3. Eu achei muito apressada, mas gostei.

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