Crítica | Campeões - Consegue ter coração, divertir e empolgar, mesmo com alguns momentos descartáveis.

Divulgação | Universal Pictures

TítuloChampions (Título original)
Ano produção2021
Dirigido porBobby Farrelly
Estreia
25 de maio de 2023 (Brasil)
Duração 125 Minutos 
Classificação12 - Não recomendado para menores de 12 anos
Gênero
Drama - Comédia
País de Origem
Estados Unidos
Sinopse

Um técnico profissional de basquete precisa trabalhar com uma equipe de jogadores portadores de deficiência intelectual como parte de seu serviço comunitário.

• Por Alisson Santos
• Avaliação - 6/10

Não há gênero de filme mais previsível do que o gênero esportivo (bem, talvez comédias românticas, mas vamos deixar essa discussão sem sentido para outro dia). Claro que existem algumas exceções, particularmente biografias. Mas, sem falta, muitos desses filmes (independentemente do esporte envolvido) seguem algumas fórmulas bastante rotineiras. Vamos pegar o exemplo de Campeões, remake de um filme espanhol do mesmo nome, nele um novo treinador inspira uma equipe e os leva ao sucesso enquanto se encontra ao longo do caminho. Soa familiar ?

No entanto, apesar de sua propensão a arar o terreno antigo, muitos de nós ainda adoramos filmes de esportes. Adoramos momentos de bem-estar. Adoramos torcer pelos azarões. Adoramos histórias de redenção. Nós amamos a competição. Adoramos a camaradagem. Adoramos ver indivíduos ou equipes superando adversidades intransponíveis. Tomando emprestadas as palavras do falecido jornalista esportivo Jim McKay, amamos "a emoção da vitória e a agonia da derrota".

Divulgação | Universal Pictures 

Campeões segue o temperamental treinador de basquete, Marcus, que transforma um declínio na sua carreira em uma oportunidade quando é colocado no comando de um time de jogadores com necessidades especiais. A princípio, tudo o que Marcus vê em seus jogadores são suas deficiências. Mas com o tempo seus olhos se abrem e ele começa a vê-los por quem eles são por baixo. Ele começa a vê-los como pessoas com suas próprias personalidades, seus próprios sentimentos, suas próprias origens. Por um lado, é uma vitrine rara para vários atores talentosos com deficiência intelectual. Por outro lado, muito desses personagens não recebem um desenvolvimento satisfatório, resultando em uma história que não aproveita o máximo do seu potencial. O treinador é interpretado por Woody Harrelson, é um ator genuinamente talentoso que pode interpretar personagens sarcásticos com maestria. Aqui ele brilha e carrega grande parte do filme nas costas.

Meu maior problema aqui, é com o estilo de direção de Bobby Farrelly (Debi & Loide), o cineasta não consegue resistir ao desejo de ser obsceno e grosseiro. Isso me faz pensar exatamente em qual público ele está mirando. Pior ainda, algumas das piadas parecem tirar vantagem das deficiências dos personagens e explorá-las para rir. Não sou eu sendo excessivamente sensível, já que parte do humor desses mesmos personagens funciona extremamente bem. Mas você pode dizer quando as piadas parecem escritas por um homem de 64 anos com síndrome de adolescente. Ainda assim, Campeões consegue ter coração, divertir e empolgar, mesmo com alguns momentos descartáveis.

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