Crítica | Os Cavaleiros do Zodíaco - Saint Seiya: O Começo - É uma pena que a adaptação seja tão ruim, uma trama altamente genérica que só leva o nome de uma franquia muito amada pelos fãs para vender.

Divulgação | Sony Pictures
TítuloSaint Seiya: Knights of the Zodiac (Título original)
Ano produção2022
Dirigido porTomasz Baginski
Estreia
27 de abril de 2023 (Brasil)
Duração 110 Minutos 
Classificação12 - Não recomendado para menores de 12 anos
Gênero
Ação - Aventura 
País de Origem
Estados Unidos - Japão 
Sinopse

Produzido pela Toei Animation e baseado na sensação internacional do anime, Cavaleiros do Zodíaco traz a saga de Saint Seiya para a tela grande em live-action pela primeira vez. Seiya (Mackenyu), um obstinado adolescente de rua, passa seu tempo lutando por dinheiro enquanto procura por sua irmã sequestrada. Quando uma de suas lutas inadvertidamente explora poderes místicos que ele nunca soube que tinha, Seiya se vê lançado em um mundo de santos guerreiros, treinamento mágico antigo e uma deusa reencarnada que precisa de sua proteção. Se ele quiser sobreviver, precisará abraçar seu destino e sacrificar tudo para ocupar seu lugar de direito entre os Cavaleiros do Zodíaco.

• Por Alisson Santos
• Avaliação - 4/10

Os Cavaleiros do Zodíaco é um dos animes mais importantes da história, que marcou toda uma geração no início dos anos 90, com uma fanbase que se mantém fiel à obra do mestre Masami Kuramada, com uma história cheia de emoção, drama e violência, mas sobretudo deixa-nos uma mensagem sobre os laços fraternos que unem aqueles que lutam por uma causa comum. No entanto, Os Cavaleiros do Zodíaco - Saint Seiya: O Começo decide ir para uma abordagem ocidental inspirando-se na série animada da Netflix de 2019 e não no anime original. Essa decisão pode ser confusa para os fãs que não viram essa versão, pois os nomes de alguns personagens e situações podem parecer completamente deslocados, já que não é baseado na guerra galáctica ou na saga das 12 casas; em vez disso, temos uma nova origem para Seiya e como ele se envolve com a reencarnação da deusa Atena, que nesta versão é chamada de Sienna.

O filme é extremamente enganador, pois no início eles nos mostram a luta entre os Cavaleiros de Ouro de Sagitário e Capricórnio, bem como um aceno para a história que tanto esperamos ver, mas isso dura apenas alguns segundos e em sequência somos imergidos na história de Seiya. E a partir daqui o filme se concentra nele e em como ele tenta encontrar sua irmã. Esta versão de Seiya se tornou um lutador para viver e, infelizmente, em uma luta ele revela o poder de seu cosmos, chamando assim a atenção de dois lados que têm interesse no poder que dorme dentro dele. A história passa muito rápido e está completamente longe do anime. Alguns dos vilões são uma espécie de Cavaleiros Negros. Na verdade estou sendo muito benevolente em chamá-los de cavaleiros, já que na verdade são uma espécie de ciborgues que perseguem os protagonistas e lutam com cosmos calibre 9mm, isso mesmo, os cavaleiros que estão com os vilões usam armas de fogo, são inimigos muito genéricos e não não se encaixa com a franquia.

Divulgação | Sony Pictures 

Porém, a seu favor posso dizer que a maioria das lutas são muito bem coreografadas, com efeitos de câmera, close-ups e câmera lenta. Em alguns momentos vemos Seiya usar seu cosmos como na cena do treinamento com Marin e na batalha final, mas eles perdem completamente a oportunidade de nos dar algo de qualidade, já que preferem repetir uma e outra vez a importância de proteger Atena. Mas por algum motivo se esquecem de explicar a origem dos protagonistas, preferindo dar mais importância às visões de Atena e seus traumas de infância. E embora tenhamos músicas e momentos que lembram anime, como a sequência de treinamento mencionada acima, esses momentos são interrompidos e nos devolvem ao filme de ação sem graça e sem alma que é.

Só nos momentos finais podemos ver as armaduras Pégaso e Fênix em ação, e embora as cenas não sejam tão ruins, isso dura apenas alguns minutos e foi decidido mudar seu design, já que é respeitavam muito pouco a obra de Masami Kuramada e recebem um design que lembra mais o usado pelos samurais, com capacetes que possuem um sistema retrátil como o que vimos no filme de animação Os Cavaleiros do Zodíaco: A Lenda do Santuário, embora possamos notar o quão desconfortável era para os atores usar, pois é muito evidente que elas são muito grandes. É uma pena que a adaptação seja tão ruim, uma trama altamente genérica que só leva o nome de uma franquia muito amada pelos fãs para vender.

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