Crítica | Sob as Águas do Sena - É irritantemente chato em grande parte.

Divulgação | Netflix 

TítuloUnder Paris (Título original)
Ano produção2023
Dirigido porXavier Gens
Estreia
05 de junho de 2024 (Mundial)
Duração 104 Minutos
Classificação16 - Não recomendado para menores de 16 anos
Gênero
Suspense - Terror
País de Origem
Estados Unidos
Sinopse

Um tubarão gigante apareceu no rio Sena, em Paris. Para evitar a catástrofe, uma cientista vai ter que encarar as tragédias do próprio passado.

• Por Alisson Santos
• Avaliação - 3/10

Bérénice Bejo estrela como Sophia, uma bióloga marinha que estuda, é claro, tubarões. No início do filme, ela e alguns outros pesquisadores estão investigando o “sétimo continente”, uma enorme pilha flutuante de lixo no meio do oceano. Lá ela descobre que sua cobaia, Lilith, uma tubarão mutante, cresceu extraordinariamente e, no fim das contas, está com uma fome incomum. Depois de um ataque violento, avançamos três anos. Quando algum antigo material bélico não detonado da Segunda Guerra Mundial é encontrado no rio Sena, também se descobre que Lilith, de alguma forma, conseguiu chegar a Paris. Numa hilária homenagem a Tubarão, a prefeita (Aurélia Petit) quer manter tudo em segredo por causa de um grande evento de triatlo que acontecerá no rio dentro de alguns dias. Viu como é um enredo idiota? O problema surge quando talvez os cineastas se sintam um novo Steven Spielberg e querem que sua pequena bugiganga divertida funcione como um filme de verdade e seja levada a sério. Esse é o caso do miserável Sob as Águas do Sena, em que o diretor Xavier Gens desperdiça totalmente sua premissa de um tubarão mutante faminto à solta nas águas doce do Sena.

Mas enquanto assistia esse filme, torci ativamente pelo tubarão. Porque Sophia era meio inútil. Ela pressionou o marido a cutucar um tubarão mutante porque precisava das amostras. Ela também exigiu que um policial pulasse em águas infestadas de tubarões para salvar uma ativista do melhor estilo: “Assisti a um vídeo no YouTube sobre o oceano e o ativismo e sei melhor do que você”. Ela sabia tanto que acabou virando isca de tubarão. Quanto mais eu assistia, mais queria pegar os coadjuvantes e protegê-los da estupidez que era a Sophia e aquela ativista cujo nome nem lembro. Porque Sophia confrontou o tubarão uma vez no início e passou o resto do filme parecendo triste e nos dando um retrato unidimensional de sua dor. E a ativista não fez nada além de colocar outras vidas em perigo e agir como se fosse Katniss Everdeen indo contra o Presidente Snow.

Divulgação | Netflix 

Sob as Águas do Sena, teria se saído melhor como filme se escolhesse um caminho. Porque o filme tenta ser uma história sobre luto e depois uma história sobre governos ignorantes e depois outra história sobre como os humanos colocam a vida selvagem em perigo. O que deveria ter feito desde o início era focar no aspecto tubarão. Porque foi aí que filme diverte. Por exemplo, adorei a cena de todos os tubarões circulando nas catacumbas como uma colmeia gigante. A mesma coisa vale para quando Lilith escapou da explosão e se arrastava pela rede em uma cena que lembrava muito o horror que senti ao assistir clássicos do gênero.  

O problema, então, é que Sob as Águas do Sena é irritantemente chato em grande parte. Perdemos quase dois atos, com personagens discutindo sobre o que deveriam estar fazendo. Além disso, as suas tentativas de ter algo a dizer sobre as alterações climáticas são apenas ridículas, porque parece uma caricatura de um jovem revoltado do Twitter, ou melhor X. E ainda estou em dúvida se Sob as Águas do Sena foi realmente sério com sua mensagem de salvar o meio ambiente e proteger a vida selvagem. Eu paguei todos os meus pecados na Terra, depois de me submeter a dar play nesse filme.

Sob as Águas do Sena já está disponível na Netflix.

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