Divulgação | Warner Bros. Pictures |
• Por Alisson Santos
Geralmente, há duas partes no financiamento de um filme: fazer o filme em si e comercializá-lo. A primeira despesa, fazer o filme, inclui tudo, desde o pagamento do elenco e da equipe, criação do cenário, efeitos especiais e outras pós-produções.
Depois temos o marketing, que é informar as pessoas de que o filme será lançado. Os orçamentos de marketing variam muito. Filmes menores geralmente não se comercializam de forma tão agressiva, enquanto filmes com um orçamento de mais de U$ 75 milhões geralmente realizam campanhas em cerca de metade do valor do orçamento de produção do filme. Isso inclui a circulação de anúncios e trailers, trabalhando com outras empresas para vincular produtos e criar eventos para maior visibilidade do filme.
Não se trata apenas de ingressos vendidos. Os estúdios não recuperaram seu dinheiro só porque os números de bilheteria dobraram seu orçamento. Os cinemas também recebem uma parte dos ganhos do filme. Cada estúdio tem um grau variável de poder de barganha com os cinemas para os quais vendem o filme.
Quanto maior o filme, mais pessoas ele provavelmente atrairá aos cinemas. Os estúdios podem usar esse poder de barganha para exigir um corte maior e definir o número de exibições. Mas, em média, os estúdios normalmente recebem 50% dos ingressos nos Estados Unidos e 40% em outros países (excluindo China, onde a porcentagem é de 25%). Essa proporção também não é constante. Os estúdios costumam ter menos corte após a segunda ou terceira semana de exibição, para atrair os cinemas a manter seus filmes em exibição. Isso complica ainda mais o ponto de equilíbrio de um filme.
Para colocar essas porcentagens em perspectiva, vamos usar o exemplo de um filme de U$ 185 milhões, incluindo custos de marketing. Muitas pessoas pensam se ele fazer U$ 185 milhões ele já recupera seus custos. Isso é correto? Não. Por causa das porcentagens dos cinemas, esses filmes precisam gerar bilheterias de aproximadamente U$ 350 milhões fora dos Estados Unidos e U$ 90 milhões nos Estados Unidos, chegando a U$ 440 milhões. Dessa forma, o filme consegue atingir seu ponto de equilíbrio. E para se tornar lucrativo? Bom, o filme precisaria superar a barreira dos U$ 440 milhões para gerar lucro para o estúdio. Ainda assim, nem tudo está perdido. Uma bomba nas bilheterias pode acabar rendendo dinheiro. Afinal, a bilheteria não é a única fonte de renda dos filmes.
DEPOIS DO CINEMA
Os serviços de streaming tornaram-se uma nova fonte de receitas para filmes. Serviços como Netflix, Prime Video e Disney+ oferecem uma grande seleção de filmes para os espectadores assistirem, incluindo filmes independentes. Para filmes independentes de menor dimensão, isto pode ser uma valiosa fonte de receitas, pois proporciona-lhes uma plataforma para atingir um grande público e gerar dinheiro através de taxas de assinaturas. Além disso, os serviços de streaming online muitas vezes proporcionam a estes filmes uma exposição maior do que receberiam através dos canais tradicionais, uma vez que conseguem atingir um público global através destas plataformas.
As plataformas de streaming tendem a pagar aos cineastas pelo seu conteúdo em parcelas ao longo de vários anos, dependendo dos acordos. No geral o dinheiro é bom mas demora a chegar. Por isso alguns filmes que são fracassos nos cinemas, se tornam lucrativos em longo prazo. Um filme também ganhará dinheiro vendendo seus direitos para emissoras de televisão, mídias físicas e com venda e aluguel digital. A regra geral é que um filme que teve uma boa exibição nos cinemas geralmente conseguirá melhores negócios em acordos pós-cinema.
MERCHANDISING
As parcerias com marcas também podem constituir uma fonte de receitas para os filmes. Isto envolve empresas que pagam para que os seus produtos ou marcas sejam apresentados de alguma forma num filme, como através da colocação de produtos numa determinada cena (Pepsi em Madame Teia) ou através de uma parceria de marca com o filme (Brinquedos do McLanche Feliz). Isto pode ser uma importante fonte de receitas para filmes independentes de menor dimensão, uma vez que lhes proporciona um fluxo adicional de rendimentos e ajuda a compensar os custos de realização do filme. A maioria das animações e filmes de grande apelo comercial, conseguem fechar grandes parcerias de merchandising que rendem milhões, muitas vezes sendo suficiente já para cobrir toda campanha de marketing de determinado blockbuster.
Ótima explicação, obg !
ResponderExcluirMuito bom. Não sabia de muitas informações.
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