O fã desde a infância vacilou em sua devoção a uma galáxia muito, muito distante...

Divulgação | Mundo dos Heróis

• Por Alisson Santos

Como testemunhas e através da experiências pessoais, todos nós vimos relacionamentos desmoronarem. Namorados, amigos, familiares: as ligações íntimas que partilhamos podem deteriorar-se e desaparecer. Eles podem ser mútuos ou unilaterais. Mas, independentemente de quem esteja envolvido no rompimento, muitas vezes existe a expectativa de que haja um bom motivo. O que deu errado? O que os levou a se separarem e seguirem caminhos separados? A reconciliação é possível?

Pela minha própria experiência com separações, sei que raramente há respostas simples ou satisfatórias. Os relacionamentos nem sempre terminam em gritos e coisas quebradas. Só porque um casal se separou não significa que nenhum dos lados se sinta melhor imediatamente, separações podem doer por muito tempo porque uma ou ambas as partes ainda se preocupam com a outra, mesmo que não estejam mais juntas. Às vezes não há nenhuma boa razão discernível para ser encontrada.

Nosso término de relacionamentos não se limita a ser entre pessoas, pode se estender a outros objetos de nosso afeto que podem nos dar alegria. Nossa conexão com música, literatura, games, séries e filmes pode desaparecer com o tempo. Podemos ficar entediados com eles, encontrar algo novo e excitante que os substitua ou questionar o que quer que tenhamos visto neles em primeiro lugar. Pode vir com o tempo, mas as coisas de que gostávamos podem não ser as mesmas que gostamos hoje, e tudo bem, creio que isso faça parte da essência da humanidade.

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O que antes era inimaginável aconteceu comigo. O fã desde a infância vacilou em sua devoção a uma galáxia muito, muito distante. Acho que estou me desapegando de Star Wars. Acho importante descrever o quanto fui fã de Star Wars no passado. Fitas VHS, DVDs, colecionáveis, livros sobre arte, making of, tatuagens, games, devaneios, citações, conversas para quebrar o gelo. Por quase duas décadas, Star Wars tem sido uma parte querida da minha vida, que me proporcionou inúmeras horas de entretenimento e realizações pessoais. Mas agora o poder e o domínio que Star Wars teve em minha vida diminuíram. 

Não compro mais os itens colecionáveis, nem leio nenhum dos livros, nem jogo nenhum dos jogos. Sempre que um novo trailer é lançado eu não largo tudo para assistir imediatamente, agora digo para mim mesmo: isso pode esperar. Não estou preocupado com spoilers, não fico entusiasmado com as referências à cultura pop feitas em outras produções. Onde eu já fui o defensor mais inflexível de Star Wars, agora posso admitir as falhas que habitam a narrativa e a intromissão executiva que sufocou a franquia. Meu brilho por todas as coisas de Star Wars veio e se foi.

Meu rompimento com Star Wars é meu, de forma alguma estou tentando convencer os outros de que deveriam fazer o mesmo. Não estou sendo pomposo, dizendo que amadureci e superei Star Wars, isso seria algo completamente imbecil. Não tenho julgamento sobre o fãs, nem você deveria se importar se eu fizesse isso. Só porque meus sentimentos mudaram não significa que os sentimentos dos outros estejam errados. É mais do que provável que assistirei aos filmes futuros e me divertirei, mas não com o mesmo zelo de antes. Não é culpa de ninguém, nem todos os relacionamentos duram. O que antes era bom pode azedar. Ou talvez o relacionamento se transforme em outra coisa, algo melhor com o qual ambos os lados fiquem mais felizes. Star Wars me mostrou que as histórias nem sempre vão ser do jeito que imaginávamos.