Crítica | Rivais - É uma experiência cinematográfica de tirar o fôlego que empurra você para o centro deste triângulo amoroso, usando o tênis como uma metáfora para aumentar a tensão sexual.

Divulgação | Warner Bros. Pictures

TítuloChallengers (Título original)
Ano produção2023
Dirigido porLuca Guadagnino
Estreia
25 de abril de 2024 (Brasil)
Duração 131 Minutos
Classificação14 - Não recomendado para menores de 14 anos
Gênero
Suspense Erótico - Drama - Esportes 
País de Origem
Estados Unidos 
Sinopse

Uma treinadora de tênis ajuda seu marido a se transformar de um jogador medíocre em um campeão. Para encerrar uma recente seqüência de derrotas, eles entram no nível mais baixo de um torneio e se deparam com um ex-amigo outrora promissor e agora esgotado que namorou a esposa.

• Por Alisson Santos
• Avaliação - 8/10

Roteirizado por Justin Kuritzkes (dramaturgo e marido da diretora de Vidas Passadas, Celine Song), Rivais explora a complicada relação entre três jovens tenistas. No início desta história, Art Donaldson (Mike Faist) e Patrick Zweig (Josh O'Connor) são melhores amigos desde o internato e são mais próximos do que irmãos. Então eles conhecem Tashi Duncan (Zendaya) uma prodígio do circuito feminino juvenil. Quando os dois pedem o número dela, ela avisa que "não é uma destruidora de lares", sentindo imediatamente o vínculo entre eles. Mesmo assim, ela promete dar seu número para quem vencer uma final de um torneio entre eles. Mas Tashi não é um troféu a ser conquistado. Justin Kuritzkes a pinta como uma estrategista brilhante e brutal dentro e fora da quadra. Quando eles tiverem trinta e poucos anos, ela estará casada com um desses homens, enquanto o outro será deixado de lado. Mas isso está longe de ser o fim da história. O roteiro de Kuritzkes salta agilmente entre a adolescência, os vinte anos e o presente, nunca perdendo o ritmo. E enquanto esses três flertam, transam e quebram o coração uns dos outros, Rivais atormenta o espectador com sua emboscada de emoções cruas.

Conforme apresentado no trailer que incendiou a internet, Tashi, Art e Patrick compartilham uma química caótica. O desejo sensual e erótico irradia em todas as cenas de Rivais, embora não apele para o sexo explícito. Ainda assim, você será queimado pelo calor, pois Luca Guadagnino montou um dos triângulos amorosos mais quentes que o cinema já viu... se não o mais quente. Vale citar que Mike Faist e Josh O'Connor compartilham pelos menos três cenas com um tensão homoerótica. É um filme de Luca Guadagnino (Me Chame Pelo Seu Nome), então já é de se imaginar.

Divulgação | Warner Bros. Pictures 

O diretor usa o tênis como uma metáfora, cada grunhido, gemido e gota de suor tem uma implicação sexual. Isso é reforçado no primeiro ato, a confiança de Tashi na quadra e quando ela marca o ponto da vitória, ela não comemora; ela grita profundamente. É primitivo e, quando questionada sobre isso mais tarde, Tashi explica que para ela o tênis "é um relacionamento". Mas quando se trata de amor fora das quadras, nenhum desses três ousa ser tão aberto. A metáfora se desenrola na quadra, quartos de hotel e encontros secretos, por meio de uma troca acalorada de beijos frenéticos e pegadas firmes. Ao longo de uma história que se estende por mais de uma década e de um filme que vai desde um confronto de tênis até o triângulo amoroso em seu ponto de ruptura, a tensão sexual entre seus protagonistas é implacavelmente eletrizante. 

Mike Faist interpreta o romântico Art Donaldson, mas há uma crueldade na busca apaixonada de Art por Tashi, e isso não se perde na atuação de Faist. Uma firmeza entra em seu olhar. Uma rigidez invade sua caminhada enquanto ele se esforça para encobrir seus rastros ou esconder seu desgosto pelo tênis. Em comparação, a Tashi de Zendaya é brilhante. Quando menina, sua fisicalidade tem leveza, mas sem ingenuidade. Quando ela entra no quarto de hotel compartilhado por Patrick e Art, ela não é uma ovelha perdida entre lobos; ela é o lobo. Zendaya expressa sua atuação por meio de olhares penetrantes, diálogos frios e uma tendência a engolir o lábio inferior, como se estivesse sugando a raiva justificada que seria julgada por deixar escapar. Diante dessa fúria, Josh O'Connor é o contraponto perfeito. Dedicado a não levar nada, especialmente a si mesmo, muito a sério, ele é um hedonista encantador que rejeita alegremente todos os limites e sutilezas sociais. É uma atuação carismática, cheio de bravata e fascínio, mas carregando uma ansiedade vertiginosa em cada sorriso. 

Divulgação | Warner Bros. Pictures 

Luca Guadagnino trouxe os compositores Trent Reznor e Atticus Ross, duas vezes vencedores do Oscar, para apresentar uma trilha sonora que envolve o público em adrenalina. Enquanto a tela se enche de planos fechados dos rostos dos tenistas, ou planos abertos deles correndo pelo saibro, a música é um toque inebriante de teclados sintetizados que contribuem para essa tensão sexual. É uma paisagem sonora musical que grita de alegria, bombeando em nossas veias para que nossos corações possam acelerar junto com os dos personagens. 

Da mesma forma, a fotografia de Sayombhu Mukdeeprom enfatiza a intimidade na quadra e a intensidade dos ataques. Planos fechados das sobrancelhas suadas, convidando-nos a olhar em seus olhos e intuir quais sentimentos rugem por trás deles. Uma discussão acalorada em uma sauna é intensificada por um plano aberto que coloca Art no alto e Patrick no fundo, refletindo não apenas seu status no momento, mas também uma sensação provocativa de súplica sexual. Todos esses detalhes meticulosos constroem algo vivo. Rivais não é apenas uma história de suspense erótico ou um filme de esportes. É uma experiência cinematográfica de tirar o fôlego que empurra você para o centro deste triângulo amoroso, rebatendo você como uma bola de um lado para o outro.

Rivais estreia em 25 de abril nos cinemas nacionais.

Comentários

  1. Ytalo Vinícius15 abril, 2024 19:55

    Pelo jeito é uma libertinagem total kkk

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  2. Quero muito ver. Adoro o Me Chame Pelo Seu Nome

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  3. Iasmin Ambrósio15 abril, 2024 22:50

    Deus vontade de assistir.

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  4. Renata Monteiro16 abril, 2024 12:35

    Arrasaram no texto.

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