Crítica | A Primeira Profecia - É um dos grandes filmes de terror do ano, contra todas as probabilidades. Sente-se e desfrute do deleite pecaminoso.

Divulgação | 20th Century Studios 

TítuloThe First Omen  (Título original)
Ano produção2023
Dirigido porArkasha Stevenson
Estreia
04 de abril de 2024 (Brasil)
Duração 115 Minutos
Classificação18 - Não recomendado para menores de 18 anos
Gênero
Terror - Horror
País de Origem
Estados Unidos 
Sinopse

O prelúdio do clássico A Profecia (1976), acompanha uma jovem americana que é enviada a Roma para viver a serviço da igreja. Mas durante esse processo ela se depara com uma escuridão que a faz questionar sua fé e acaba descobrindo uma conspiração tenebrosa que espera trazer à tona o mal encarnado, o chamado anticristo. 

• Por Alisson Santos
• Avaliação - 7/10

Alguns filmes de terror se autodenominam entretenimento barato. Uma sessão divertida que lhe dá uma adrenalina temporária que termina na aparição dos créditos. Outros filmes são mais lentos. Eles penetram metodicamente em sua pele. Aguardando o tempo deles para que quando você perceber eles já te envolveram completamente. É assim que A Primeira Profecia, prelúdio de 'A Profecia (1976), fez eu me sentir. Um verdadeiro horror religioso blasfemo que pode não parecer imediatamente assustador, mas a maneira como apresenta sua história de possessão é tão profundamente perturbadora que a caminhada do cinema para casa se torna tão assustadora quanto o próprio filme. É o tipo de terror que faz você se sentir sujo depois de assistir. Como se você tivesse acabado de ver algo que não deveria. E isso é um verdadeiro horror. É uma surpresa, considerando que recentes sequências ou prelúdios de filmes clássicos do gênero, parecem piadas baratas ou feito exclusivamente para ganhar dinheiro em cima de uma base de fãs.

Em A Primeira Profecia conhecemos a história de Margaret (Nell Tiger Free), uma noviça americana que se muda para Roma para completar sua formação como freira, trabalhando em um convento dedicado a órfãos. Margaret imediatamente se conecta com Carlita, uma adolescente chamada de “problemática” pelas outras freiras, mas justamente por lembrar Margaret de sua idade, ela tenta ajudá-la. Acontecimentos estranhos rapidamente começam a mexer com a mente de Margaret, levando-a a descobrir que Carlita é alvo de uma conspiração obscura, tanto dentro do convento como na Igreja Católica, para usar jovens como Carlita num plano maquiavélico que procura trazer o anticristo para o mundo.

Divulgação | 20th Century Studios 

A diretora Arkasha Stevenson se inclina mais para o terror psicológico, tornando A Primeira Profecia mais alinhado com "Hereditário" de Aris Aster do que com "Invocação do Mal" de James Wan. Somado a isso está um amálgama de influências diretas de outros clássicos como “O Bebê de Rosemary”, “Possessão”, “O Exorcista” e uma série de momentos de horror corporal que me fizeram cerrar a mandíbula mais de uma vez. É o tipo de terror visceral que mantém uma atmosfera cheia de pavor, em vez de nos atingir continuamente com sustos desnecessários. E na minha visão, o terror funciona melhor quando o que assusta representa algum medo real. Nesse filme é o poder da fé nas mãos erradas. Arkasha Stevenson não hesita em criticar a influência da igreja na decisão dos corpos dos outros, especialmente das mulheres, com uma trama onde são usadas como simples recipientes para alcançar o que desejam.

Nada nesse filme parece barato, mesmo quando a história às vezes parece que está se esforçando demais para chocar você, principalmente quando se inclina para essa atmosfera da mostragem do horror corporal. Minha educação católica me fez cambalear com algumas das imagens que pareciam nada menos que maléficas. É o tipo de emoção que persigo em meus contos de horror. A Primeira Profecia é um dos grandes filmes de terror do ano, contra todas as probabilidades. Sente-se e desfrute do deleite pecaminoso.

A Primeira Profecia já está disponível nos cinemas nacionais.

Comentários

  1. Assisti ontem, perturbador.

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  2. Marina Liandra06 abril, 2024 01:06

    Muito bem dirigido, fotografia impecável pqp que filmaço

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