Crítica | Garfield: Fora de Casa - É uma experiência que te faz viajar, se deliciar e concordar que todos odiamos segunda-feira, mas definitivamente amamos uma boa lasanha.

Divulgação | Sony Pictures

TítuloThe Garfield Movie (Título original)
Ano produção2022
Dirigido porMark Dindal
Estreia
01 de maio de 2024 (Brasil)
Duração 101 Minutos
ClassificaçãoL - Livre para todos os públicos 
Gênero
Animação - Comédia - Aventura
País de Origem
Estados Unidos

Sinopse

Garfield tem um reencontro inesperado com seu pai, que estava há muito tempo desaparecido - um gato de rua todo desengonçado que atrai o filho para um assalto de alto risco.

• Por Daniel Pereira
• Avaliação - 7/10

O gato laranja mais amado da cultura pop voltou, e desta vez com uma história nunca antes contada, segundo suas próprias palavras, mostrando um pouco do passado do nosso amante de lasanhas favorito. Assim como esperado, nosso primeiro contato no filme ocorre diretamente com Garfield, através da quebra da quarta parede, algo que é uma marca registrada desse personagem icônico, seja nas animações, live-actions ou em suas famosas tirinhas.

Conforme mostrado nos trailers somos inseridos na história de como Garfield foi adotado por Jon, e tenho que admitir o quão adorável é a primeira cena de ambos, deixando o público encantado pela fofura do Baby Garfield em suas interações, apesar de logo em seguida cair em boas risadas com os frames seguintes. No entanto, um ponto que chama a atenção é a questão do abandono, algo que infelizmente é comum com gatos ainda filhotes e também adultos. É interessante a abordagem de maneira sútil que o filme traz, mas que para um bom espectador é fácil captar a mensagem.

Divulgação | Sony Pictures

Contando com um salto no tempo, podemos acompanhar o crescimento de Garfield e como ele se tornou essa figura icônica ao lado de Otis, inclusive podemos ver várias referências a cenas marcantes que conhecemos das tirinhas e animações. Porém, com uma rápida mudança a vida do nosso protagonista vira de cabeça para baixo, no momento em que acaba envolvido nos erros do passado daquele que o abandonou, seu pai Victor, mais conhecido como Vic. Nesse determinado momento da história conhecemos um pouco mais sobre o pai do Garfield, e somos apresentados ao trio de vilões carismáticos do filme, com um destaque especial para a líder do bando, Jinx, uma gata cheia de personalidade e um colar que transmite tudo o que ela sente.

Um dos detalhes que mais me chamou a atenção foi o colar da Jinx, sendo um conjunto de pedras do humor que refletem diretamente as emoções da nossa vilã. A cada manifestação de raiva, alegria, euforia e maldade, Jinx é iluminada por uma paleta de cores únicas que cria uma representação tão genuína de seus sentimentos, que acaba por se tornar sua marca registrada e um dos melhores pontos da animação. Falando especificamente do quesito técnico da animação, em nenhum momento somos decepcionados, pois, é notório o cuidado na construção de cada personagem, o design de pelagem de cada animal. Seguindo a risca o modelo das tirinhas, os humanos possuem a aparência clássica, mas o método utilizado para animar Garfield e demais personagens de suporte do filme, mostra um nível de detalhamento impecável.

Divulgação | Sony Pictures

Através de desventuras para retomar sua vida e quitar a dívida de seu pai, observamos Garfield descobrir como é a vida fora do seu ambiente de conforto, enquanto precisa lidar com falta de confiança em Victor e com as questões do passado. Apesar de a premissa ser interessante, essa não seria a primeira vez que vemos Garfield precisando lidar com o mundo externo. Essa história já foi contada antes, e precisamos de um enredo novo, caso contrário seria apenas mais um caso de reciclagem com uma roupagem diferente, para tentar se distanciar dos trabalhos anteriores. Além disso, o filme deixa algumas pontas soltas a respeito da origem do nosso amante de lasanhas, algo que possa ser corrigido em uma possível sequência. Mesmo com esses problemas, o filme consegue cumprir seus objetivos de entreter e mostra o quão belo pode ser o amor de um pai por um filho. A mensagem de que é necessário fazer sacrifícios por seus filhos é muito clara, fazendo uma conexão direta com a realidade.

Esse definitivamente não é um filme apenas para rir, mas para apreciar e refletir sobre as pequenas coisas da vida, a valorização daquilo que temos. Uma animação para juntar pais e filhos em uma sala para sorrirem juntos, ceder aos ataques de fofura de um gatinho faminto que odeia segundas-feiras, e aproveitar a companhia um do outro assim como vemos em tantos momentos do filme. Garfield: Fora de Casa é uma experiência que te faz viajar, se deliciar e concordar que todos odiamos segunda-feira, mas definitivamente amamos uma boa lasanha. Garfield é exatamente isso, a lasanha que tantos amamos e vamos continuar a amar.

Garfield: Fora de Casa estreia em 1° de maio nos cinemas nacionais.

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