Crítica | Megamente vs. O Sindicato da Perdição - É um exemplo perfeito de um projeto de animação preguiçoso que barateia o gênero como um todo.

Divulgação | DreamWorks Animation

TítuloMegamind vs. the Doom Syndicate (Título original)
Ano produção2023
Dirigido porEric Fogel
Estreia
01 de abril de 2024 (Brasil)
Duração 85 Minutos
Classificação10 - Não recomendado para menores de 10 anos
Gênero
Animação - Aventura 
País de Origem
Estados Unidos 
Sinopse

A antiga equipe de vilões de Megamente retorna para Metro City. Para evitar que eles mandem a cidade para a lua, o herói azul vai ter que fingir ainda ser um vilão para conseguir derrotá-los.

• Por Alisson Santos
• Avaliação - 1/10

Muitas pessoas sabem que sou um grande fã de Megamente. Sempre achei que ele se perdeu injustamente na onda de hype de Minions e Meu Malvado Favorito, embora seja superior aos dois filmes em roteiro. Infelizmente a DreamWorks não fez jus ao legado do original com esta terrível sequência. Ele falha em quase todos os aspectos e nem é agradável como uma introdução barata para a série. É reconhecidamente difícil criar uma história de herói em torno de Megamente, mas o que eles inventaram é tão brando que a duração de 85 minutos me pareceu um pagamento dos meus pecados. Raramente uso a frase 'sequência caça-níquel', mas é a melhor definição neste caso.

Eu sei que alguns dirão 'mas é apenas um filme direto para streaming. Você não deveria ter esperado muito.' Por favor, eu ganho a vida escrevendo críticas de filmes e séries e alguns deles são ótimos. Só porque algo é barato não significa necessariamente que seja desprovido do mínimo de criatividade. A primeira reclamação, e mais óbvia, é a qualidade visual. A animação parece lenta e desajeitada, e a qualidade dos modelos 3D é visivelmente pior. Claro, existe a questão orçamentária, mas aqui claramente falta capricho na renderização dos personagens e dos cenários. Estamos falando da DreamWorks Animation, não é um estúdio pobre que mereça qualquer tipo de afago ao entregar um trabalho medíocre.

Divulgação | DreamWorks Animation

A escrita ruim e a narrativa sem brilho tornam o enredo uma sequência direta e chata do primeiro filme. No filme, a antiga gangue criminosa do Megamente, o Sindicato da Perdição, volta para ele depois de escapar da prisão. No entanto, após o final do primeiro filme, Megamente passa de vilão a herói, fato que sua antiga equipe desconhece. Então, Megamente deve derrotar seu antigo grupo para impedi-los de lançar Metro City para a lua. O enredo carece de tensão, e o surgimento do Sindicato da Perdição do nada parece antinatural e forçado. Além disso, o roteiro desconstrói arcos já estabelecidos de personagens sem qualquer coesão. É um filme sem alma, projetado para ser uma forma preguiçosa de ganhar dinheiro, capitalizando a nostalgia. 

Megamente vs. O Sindicato da Perdição é um exemplo perfeito de um projeto de animação preguiçoso que barateia o gênero como um todo. Filmes como esse são o motivo pelo qual persiste a crença de que a animação é “para crianças” e, portanto, deve ser mantida em um padrão inferior em comparação com outras formas de mídia. Embora seja verdade que estes filmes são muitas vezes concebidos para um público mais jovem, devemos ser cautelosos ao baixar os nossos padrões.

Divulgação | DreamWorks Animation

As crianças merecem entretenimento de qualidade assim como os adultos, e o lançamento de filmes diretos para streaming como Megamente vs. O Sindicato da Perdição estabelece baixas expectativas tanto para o entretenimento infantil quanto para a animação como um todo. O entretenimento deve ser educativo, instigante e uma fonte de inspiração para as crianças, não apenas algo que você joga na frente delas para mantê-las entretidas enquanto prepara o jantar.

Megamente vs. O Sindicato da Perdição estreia no Prime Video em 1° de abril.

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