Crítica | Loki (2° Temporada) - Episódios 1 e 2

Divulgação | Disney+

TítuloLoki (Original)
Ano produção2022
Dirigido porJustin Benson e Aaron Moorhead
Estreia
05 de outubro 2023 (Mundial)
Duração6 episódios
Classificação14 - Não recomendado para menores de 14 anos
Gênero
Ação - Fantasia - Ficção Científica
País de Origem
Estados Unidos
Sinopse

Na segunda temporada, Loki precisa lidar com os deslizes temporais que o fazem viajar involuntariamente entre o passado e o presente, consequência do caos deixado por Sylvie (Sophia Di Martino) no multiverso no final da primeira etapa da série.

• Por Daniel Pereira
• Avaliação - 8/10

A segunda temporada de Loki tem início diretamente do ponto onde parou, deixando claro em que momento a série está situada, não deixando margens para segundas interpretações. Essa abordagem acaba por ser um ponto positivo na história, e em seus dois primeiros episódios, a confusão e a angústia do deus da mentira é palpável, assim como a vulnerabilidade que acaba por mostrar, que mesmo um deus está sujeito as falhas que tanto condenam na humanidade. 

As ações de Sylvie (Sophia Di Martino) definitivamente continuam a gerar impacto, assim como foi mostrado na primeira temporada, de modo que o ciclo continue se repetindo, o que acaba por ser algo negativo, pois falta certa inovação. Todavia, é perceptível que o estrago causado é maior do que a própria Sylvie poderia imaginar, ameaçando todas as linhas temporais e o precioso final feliz que a deusa da mentira tanto busca. Loki (Tom Hiddleston) continua mantendo seus sentimentos por Sylvie, e nem mesmo a traição de sua variante pareceu ser o suficiente para alterar seus desejos mais íntimos, gerando certa falta de criatividade e desafios para esse "romance". Porém, Tom Hiddleston entrega uma performance excelente, ao mostrar essa nova face de Loki, garantindo que seu legado não seja manchado, e em determinados momentos podemos enxergar alguns traços do antigo vilão, mas essas aparições são tão rápidas que não sustentam por muito tempo a emoção gerada.

Felizmente somos inseridos em novas tramas, onde acompanhamos a TVA descobrindo os segredos ocultos, que nem a mais alta patente conhecia. É interessante observar a divisão que se instaura na instituição, de modo que é possível ver paralelos com o mito da caverna descrito por Platão, onde alguns preverem sair para a luz, como é o caso da caçadora B-15 (Wunmi Mosaku), e outros que preferem se manter na escuridão, pois é tudo que conhecem. Mobius (Owen Wilson) apesar de sempre se demonstrar otimista, agora parece perdido diante das novas informações despejadas sobre si, o que acaba por lhe trazer maiores nuances e vemos um pouco do homem que se esconde atrás de seu trabalho.

Divulgação | Disney+

O grande destaque dos dois episódios está nas mãos do maravilhoso Ouroboros (Ke Huy Quan) e o infame Brad Wolfe (Rafael Casal), cujo as atuações maravilhosas conseguem roubar totalmente a cena, através de diálogos divertidos e cenas com um bom humor na medida certa. Sophia Di Martino também se destaca, ao nos apresentar uma Sylvie que busca se afastar da assassina que um dia foi. A abordagem de uma deusa agindo como uma humana comum, que apenas deseja vivenciar a vida em toda sua plenitude, definitivamente é algo que precisava ser mostrado, o que se destaca como um dos pontos positivos.

Ousando cada vez mais na exploração dos poderes místicos de Loki, chega a ser louvável o trabalho executado, ao atribuir novas capacidades para a magia asgardiana, fugindo um pouco do típico truque de ilusão/clonagem que tanto conhecemos. Ainda que os dois episódios não apresentem grandes cenas de combate, o último ato nos mostra uma colaboração excelente e sincronizada entre Loki e Sylvie. Encerrando com chave de ouro, o segundo episódio nos mostra o motivo de Aquele que Permanece (Jonathan Majors) ser tão importante, pois nos vimos diante de um grandioso genocídio, guiado por ideias enraizadas e pensamentos de líderes extremistas que não se dispõe a mudar.

Apesar de apresentar um ritmo corrido e inserir soluções rápidas, para questões que poderiam ser melhores exploradas ao longo de mais episódios, a nova temporada de Loki ainda consegue se consolidar como uma das melhores estréias de séries em 2023. Os próximos episódios serão de suma importância para ligar pontos que se encontram em aberto, podendo ser um dos grandes acertos da Marvel nesse ano.

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