Crítica | A Freira 2 - É uma grande melhoria em relação ao seu antecessor de 2018, mas é prejudicado por seu roteiro e pela abundância de sustos baratos.

Divulgação | Warner Bros Pictures

TítuloThe Nun 2 (Título original)
Ano produção2021
Dirigido por Michael Chaves
Estreia
07 de setembro de 2023 (Brasil)
Duração 110 Minutos
Classificação16 - Não recomendado para menores de 16 anos
Gênero
Terror
País de Origem
Estados Unidos
Sinopse

Sequência de A Freira (2018), fazendo parte da franquia Invocação do Mal. Nesta continuação, na França de 1956, um padre é assassinado e parece que o mal está se espalhando por toda a região. Acompanhamos a Irmã Irene quando, mais uma vez, ela fica cara a cara com uma força demoníaca.

• Por Alisson Santos
• Avaliação - 5/10

Dirigido por Michael Chaves, que fez sua estreia na direção em 2019 com o spin-off de Invocação do Mal, A Maldição da Chorona, A Freira 2 consegue superar seu antecessor, mas isso não quer dizer muito. Na sequência dos acontecimentos do primeiro filme, ficamos sabendo que a Irmã Irene (Taissa Farmiga) está vivendo tranquilamente até que é repentinamente chamada de volta ao serviço pela igreja quando é descoberto que figuras religiosas em toda a Europa estão morrendo misteriosamente.

Se você não assistiu todos os filmes de Invocação do Mal em ordem e precisa de uma atualização, Valak – a freira demoníaca – possuiu o faz-tudo Maurice (Jonas Bloquet) no final do filme de 2018. Então o pobre Maurice está novamente em apuros, trabalhando horas extras como um "Uber demoníaco", levando Valak (Bonnie Aarons) a várias igrejas. Maurice, sem saber de sua mente maligna, se instala em um internato para meninas, onde uma capela abandonada guarda um segredo poderoso que Valak está morrendo de vontade de colocar as mãos. Como você pode esperar, o filme possui alguns bons sustos e ótimos trabalhos de efeitos visuais e maquiagem. É um pouco mais violento quando comparado aos outros filmes da franquia, mas continua bebendo de tropos bem conhecidos do gênero. A sequência tem prazer em explorar o poder de Valak, dando-nos novas formas e uma cinematografia dinâmica que provoca as fronteiras entre a realidade e os pesadelos.

No entanto, para os verdadeiros veteranos que já viram todos os melhores filmes de terror antes, você pode ficar frustrado com a constante edição excessiva do trabalho de som na tentativa assustar o espectador ao longo do filme, em vez de imagens realmente aterrorizantes na tela. Mas, apesar do trabalho de som ensurdecedor em A Freira 2, Michael Chaves consegue colocar muita da sua visão criativa no longa.

Divulgação | Warner Bros Pictures 

As visões de Irene nos dão algumas das sequências mais exclusivas da franquia Invocação do Mal e brincam com tropos de terror psicológico. E da mesma forma, os primeiros estágios de possessão de Bloquet são assustadoramente silenciosos, lembrando filmes como A Bruxa de Blair. Esses momentos são os melhores de A Freira 2. Mas ainda são poucos e raros, espalhados entre sustos baratos e assombrações previsíveis. É uma melhoria, mas ainda falta e não o suficiente para tornar o novo filme um destaque da franquia.

Ao contrário do primeiro filme, A Freira 2 segue a fórmula padrão de Invocação do Mal. Assim como Lorraine e Ed Warren nos filmes principais, Irene e sua nova parceira, Irmã Debrah (Storm Reid), têm uma missão: encontrar o demônio, descobrir o que ele quer e detê-lo. O enredo é fácil de acompanhar e, diferentemente do primeiro filme, o retorno de Valak é estruturado e um tanto envolvente. No entanto, A Freira 2 sofre em dois pontos principais. Em primeiro lugar, a motivação de Valak é fraca, usando de apoio sua natureza demoníaca. Em segundo lugar, o filme de fantasmas sofre da mesma maldição que toda franquia de terror de longa duração sofre – a previsibilidade.

A história de Irene parece forçada, Valak parece unidimensional e, como resultado, os riscos parecem incrivelmente baixos. Valak é uma figura recorrente na franquia, mas não temos ideia de qual é o seu propósito. Ter uma personagem vazia simplesmente maligna como vilão principal pode funcionar para um único filme, mas fica obsoleto depois de uma década. Olhando para outros ícones do terror, podemos ver o quão importante é o trabalho de alguns personagens. Por exemplo, Jason dos filmes Sexta-feira 13 ainda tinha uma história de fundo; ele tinha uma motivação para matar adolescentes promíscuos. Valak não! Você precisa de algum tipo de propósito para se tornar um verdadeiro ícone do gênero. Em última análise, A Freira 2 é uma grande melhoria em relação ao seu antecessor de 2018, mas é prejudicado por seu roteiro e pela abundância de sustos baratos.

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