Crítica | Megatubarão 2 - De forma alguma Megatubarão 2 é um bom filme. Mas parece saber disso, e se o público estiver preparado para se render à loucura, há diversão principalmente no último ato.
Divulgação | Warner Bros Pictures |
Título | The Meg 2: The Trench (Título original) |
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Ano produção | 2021 |
Dirigido por | Ben Wheatley |
Estreia | 3 de agosto de 2023 (Brasil) |
Duração | 116 Minutos |
Classificação | 14 - Não recomendado para menores de 14 anos |
Gênero | |
País de Origem | Estados Unidos |
Sinopse
Um mergulho exploratório nas profundezas do oceano de uma ousada equipe de pesquisa se transforma em caos quando uma operação de mineração malévola ameaça sua missão e os força a uma batalha de alto risco pela sobrevivência.
• Por Alisson Santos
• Avaliação - 4/10
O primeiro filme em 2018 foi um blockbuster decente, divertido enquanto dura, centrado no Megalodonte. Ele arrecadou uma quantia inesperadamente considerável de dinheiro nas bilheterias mundiais, engolindo um total de U$ 530,2 milhões contra um orçamento de U$ 130 milhões. Francamente, aposto que muitas pessoas não previram isso, mas Megatubarão conseguiu. O enorme sucesso, é claro, levou a Warner Bros Pictures a dar sinal verde para uma sequência, já que ambos os filmes – caso você não saiba – foram baseados na longa série de livros de Steve Allen.
Se você viu o primeiro filme, a história se repete…de novo. A viagem dá errado quando Jonas (Jason Statham) e o resto da equipe - novos e antigos - enfrentam um perigo maior desta vez. O roteiro de Dean Georgaris, Jon Hoeber e Erich Hoeber apresenta uma subtrama que gira em torno de Montes (Sergio Peris-Mencheta) e mercenários com uma operação de mineração no ponto mais fundo do oceano. Montes foi inimigo de Jonas no passado, mas esse é o menor dos problemas aqui. A operação de mineração, juntamente com explosões desencadeiam o aparecimento de novos Megalodontes e outras criaturas pré-históricas. As criaturas em questão ? Bem, a sequência inclui um polvo gigante e até dinossauros pequenos, mas mortais (não, não estou brincando).
Quanto ao elenco, Jason Statham e Wu Jing possuem uma ótima dinâmica. Ambos os personagens têm seus respectivos momentos, particularmente durante a hora final (mais sobre isso depois). A agora adulta Sophia Cai e outros membros recorrentes do elenco, Cliff Curtis e Page Kennedy, fazem o feijão com arroz e conseguem cumprir os seus papéis de coadjuvantes. O Montes de Sergio Peris-Mencheta, no entanto, nada mais são do que o típico vilão comum, genérico. Eu esperava que ele desempenhasse um tipo alegremente exagerado de papel de antagonista, algo parecido com o Jason Momoa no horrendo Velozes e Furiosos 10.
Divulgação | Warner Bros Pictures |
Jon Turteltaub, que dirigiu anteriormente o original de 2018, não voltou pela segunda vez. Em vez disso, temos Ben Wheatley, o especialista em vários gêneros por trás de nomes como Kill List, No Topo do Poder e Free Fire: O Tiroteio. Ele recebe um grande orçamento à sua disposição para fazer tudo na sequência. Mas existe um grande problema: ele demora demais para chegar ao ponto principal. E isso é, assistir Jason Statham e alguns de seus tripulantes lutando contra Megalodontes e outras criaturas pré-históricas.
Não me interpretem mal, não é como se o filme fosse desprovido de ação e emoção, como visto com Jonas e seus tripulantes sobreviventes não apenas tentando se defender do ataque de Megalodontes debaixo d'água, mas também de Montes e seus mercenários. Mas parece curiosamente preenchido como se Ben Wheatley estivesse fazendo dois filmes em um: um filme de monstros pré-históricos e uma espécie de thriller de ação. O último é o que atola o filme em um tempo de execução desnecessário de quase duas horas. Como o primeiro Megatubarão, Ben Wheatley repete alguns dos erros, ele se leva muito a sério nos primeiros atos. Se ele apenas adotasse a natureza exagerada da premissa desde o começo, o resultado seria completamente diferente.
Megatubarão 2 realmente ganha vida em seu ato final, quando joga a cautela ao vento, pula e abraça a loucura de sua premissa; é uma pena que demorou muito para chegar lá. O CGI pode ter sido irregular, mesmo com o enorme orçamento fornecido. Mas ver Jason Statham no melhor estilo de Steve McQueen indo a todo vapor lutando contra vários Megalodontes durante uma perseguição de jet ski em mar aberto, não tem preço. O clímax final é equivalente a um vale-tudo, algo que o filme deveria ter abraçado desde o início. De forma alguma Megatubarão 2 é um bom filme. Mas parece saber disso, e se o público estiver preparado para se render à loucura, há diversão principalmente no último ato.
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