Crítica | Fale Comigo - A atmosfera e a brutalidade deixarão o espectador no limite da tensão.

Divulgação | Diamond Films

TítuloTalk to Me (Título original)
Ano produção2021
Dirigido porDanny Philippou e Michael Philippou
Estreia
17 de agosto de 2023 (Brasil)
Duração 95 Minutos
Classificação16 - Não recomendado para menores de 16 anos
Gênero
Terror - Horror - Drama
País de Origem
Austrália e Estados Unidos
Sinopse

• Por Alisson Santos 
• Avaliação - 7/10

Roteirizado por Danny Philippou, o filme conta a história de Mia (Sophie Wilde), de 17 anos, que está de luto pela morte de sua mãe. Com seu pai sendo emocionalmente distante, Mia busca conforto e companhia com sua melhor amiga Jade (Alexandra Jensen) e sua família composta por um irmão mais novo Riley (Joe Bird) e sua mãe, Sue (Miranda Otto). Jade está saindo com Daniel (Otis Dhanji), com quem Mia teve uma "relacionamento próximo" na infância e provavelmente ainda guardam sentimentos. Mia, Jade e Riley fogem para uma festa organizada por Hayley (Zoe Terakes) e Joss (Chris Alosio), onde se comunicam com pessoas mortas por meio de uma mão embalsamada - sim, adolescentes fazem coisas estúpidas. Quando um dos espíritos convidados se recusa a sair, os jovens se metem em todos os tipos de problemas.

Divulgação | Diamond Films

Fale Comigo é muito engenhoso. O longa me lembrou Hereditário porque ambos os filmes compartilham uma sensação de terror semelhante que perdura muito depois da rolagem dos créditos. São filmes que não depende de sustos baratos ou tropos de terror previsíveis. Em vez disso, eles investigam os aspectos psicológicos do medo, tornando-o uma experiência profundamente perturbadora. A atmosfera e a brutalidade deixarão o espectador no limite da tensão o tempo todo, e seu uso inteligente de efeitos práticos aumenta a autenticidade. Um destaque especial à edição de som, que foi realmente estrondosa e acrescentou à experiência. No entanto, houve escolhas no roteiro que não funcionam tão bem em conjunto. O último ato desse filme é muito abrupto, prejudicado pelas próprias escolhas narrativas. Há também alguns buracos na trama que me causaram um certo incômodo. 

Sophie Wilde oferece uma performance excepcional, retratando a vulnerabilidade e a força de Mia enquanto ela navega pelas complexidades do luto e do paranormal. Todo ator adolescente, na verdade, é excelente e é meio assustador como eles são bons. Eu estava me contorcendo na cadeira em alguns dos momentos mais sangrentos. Mas, além de suas cenas de brutalidade e terror, Fale Comigo também é uma iteração poderosa do gênero da maioridade. É tentador interpretar a mão como uma metáfora (Drogas? Sexo? Assumir riscos na adolescência? Medo/fascínio pela morte?). Mas a força talismânica do objeto também é psicológica, até mesmo espiritual. A mão esperando para ser agarrada (símbolo de amizade e conexão) reflete nosso desejo desesperado de pertencer, nosso desejo de superar o trauma, nossa necessidade de fazer parte de algo imediato e extático - mesmo que esse algo prometa ser perigoso e mortal. É uma mensagem séria para os tempos atuais. Então sim, Fale Comigo vale absolutamente a pena assistir.

Comentários