Crítica | Sobrenatural: A Porta Vermelha - Tanto pela longa espera de todos esses anos, Sobrenatural: A Porta Vermelha é decepcionante.

Divulgação | Sony Pictures

TítuloInsidious: The Red Door (Título original)
Ano produção2021
Dirigido porPatrick Wilson
Estreia
6 de julho de 2023 (Brasil)
Duração 112 minutos 
Classificação12 - Não recomendado para menores de 12 anos
Gênero
Terror - Horror
País de Origem
Estados Unidos
Sinopse

Para colocar seus demônios para descansar de uma vez por todas, Josh Lambert e Dalton Lambert em idade universitária devem ir mais fundo no Além do que nunca, enfrentando o passado sombrio de sua família e uma série de novos e mais horríveis terrores que se escondem atrás da porta vermelha. 

• Por Alisson Santos
• Avaliação - 4/10

A última vez que vimos a família Lambert, o médium Carl (Steve Coulter) acabou suprimindo as memórias de Josh (Patrick Wilson) e Dalton (Ty Simpkins). E isso foi há quase dez anos, quando James Wan dirigiu pela última vez 'Sobrenatural: Capítulo 2'. Desde então, a franquia retrocedeu, dando-nos não uma, mas dois filmes, desviando-se da família Lambert e focando em Elise Rainier.

Trabalhando em um roteiro de Scott Teems, que escreveu Halloween Kills e o terrível remake de Chamas da Vingança do ano passado, descobrimos que Josh e Renai (Rose Byrne) se divorciaram desde os eventos traumáticos de 'Sobrenatural: Capítulo 2'. Josh, entretanto, tem dificuldade em tentar se reconectar com o agora adulto Dalton, que mal fala com ele. Dalton vai para uma faculdade de artes, onde mora em um dormitório e conhece uma aluna chamada Chris Winslow (Sinclair Daniel). Então, após sua primeira aula de arte, a professora Armagan (Hiam Abbass) pediu a todos os seus alunos que se aprofundassem em suas emoções internas para 'desbloquear' sua criatividade, o que de alguma forma faz Dalton se lembrar dos acontecimentos de Sobrenatural: Capítulo 2. Coisas que o levam a desenhar a misteriosa porta vermelha. A porta em questão refere-se ao caminho para uma dimensão sobrenatural chamada O Além. O mundo astral governado pelo Demônio do Rosto de Batom, que abrigava as almas mortas torturadas.

Considerando o intervalo de quase 10 anos, a direção de Patrick Wilson só conseguiu criar uma conclusão decepcionante e anticlimática para o arco da história da família Lambert. Eu entendo que ele quer estabelecer o peso dramático do relacionamento distante de pai e filho entre Josh e Dalton. Isso pode ser visto durante o primeiro ato, mas falta a Patrick Wilson a proeza de direção para lidar com o conflito, que por sua vez, é bastante superficial. Também não ajuda quando Ty Simpkins conseguiu piorar em atuação. Isso está muito longe do Ty Simpkins em sua adolescência, quando ele fez um trabalho melhor interpretando Dalton sob a direção de James Wan nos dois primeiros filmes.

Divulgação | Sony Pictures

Sobrenatural: A Porta Vermelha também tenta agitar as coisas, concentrando-se mais no lado de Dalton da história no molde de um drama adolescente. O problema é que o ângulo do drama, incluindo a dinâmica de amizade entre Dalton e Chris, é curiosamente vazio. Uma subtrama gira em torno de um personagem falecido relacionado à uma fraternidade. Mas tudo é encoberto, com a história demorando muito para chegar ao ponto principal. Mesmo que Patrick Wilson esteja aparentemente tentando evocar a narrativa deliberada de um filme de terror da velha escola, é uma pena que o desenvolvimento em si seja entendiante. 

Tal como acontece com todos os filmes da franquia, Sobrenatural: A Porta Vermelha é preenchido com os habituais sustos. Confesso, alguns realmente funcionam. Pena que a maioria deles é telegrafada antes de acontecer, principalmente se você é um fã de terror de longa data. Os posicionamentos das câmeras não são tão eficazes quanto James Wan e até Leigh Whannell, que dirigiu 'Sobrenatural: A Origem'. Outra grande problema do filme, é a quantidade de furos de roteiro e conveniências. Eu não gosto entrar nesse mérito, porque a maioria dos filmes do gênero sofrem de tais condições.

Em última análise, tanto pela longa espera de todos esses anos, Sobrenatural: A Porta Vermelha é decepcionante. Patrick Wilson pode ter tido sucesso como ator em alguns de seus filmes anteriores. Mas como diretor estreante, ele ainda tem um longo caminho a percorrer para realizar todo o seu potencial por trás das câmeras.

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