Crítica | Velozes e Furiosos 10 - Coloque seu cérebro em marcha lenta, acelere em uma estrada esburacada de estupidez.

Divulgação | Universal Pictures

Título	Fast X (Título original)
Ano produção	2021
Dirigido por	Louis Leterrier
Estreia	18 de maio de 2023 (Brasil)
Duração	140 Minutos
Classificação	14 - Não recomendado para menores de 14 anos
Gênero	Ação
País de Origem	Estados Unidos

Sinopse

Dom Toretto e sua família devem lidar com o adversário mais letal que já enfrentaram. Alimentada pela vingança, uma ameaça terrível emerge das sombras do passado para destruir o mundo de Dom e todos que ele ama.

• Por Alisson Santos

• Avaliação - 5/10

Se você gosta de cenas de combate, carros caríssimos e personagens imortais, tenho um filme para você, Velozes e Furiosos 10. O filme pede que você coloque seu cérebro em marcha lenta, acelere em uma estrada esburacada de diálogos horrendos e espere por algumas curvas fechadas. Um filme deve ser satisfatório o suficiente para superar os deméritos de qualquer estupidez que permita seu fator divertido, mas se você é o tipo de pessoa que pensa em assistir a um filme Velozes e Furiosos, provavelmente é o tipo de pessoa que vai gostar. 

Velozes e Furiosos 10 é construído sobre dois conceitos simples. A primeira é que Dominic Toretto (Vin Diesel) agora é um homem de família mais preocupado em ensinar seu filho Brian (Leo Abelo Perry) a dirigir do que em qualquer que seja a próxima missão ou assalto para ele e sua equipe. O segundo é um retcon de Velozes e Furiosos 5: Operação Rio apresentando Dante Reyes (Jason Momoa), filho do grande vilão daquele filme, que agora quer se vingar de Dom, atacando tudo o que ele ama. O filme se esforça bastante para vender essas duas ideias, usando até Cipher (Charlize Theron) se alinhando com os mocinhos para vender o quão maligna é essa nova ameaça.

Divulgação | Universal Pictures 

Além disso, por mais divertido que Jason Momoa pareça estar no papel, Dante se mostra um antagonista inconsistente demais para ser levado a sério. Em uma cena, ele está repetindo aspectos de vilões anteriores como Owen Shaw (Luke Evans). Em seguida, ele está pintando suas unhas servindo como contraparte para essa posição de Dominic Toretto dentro da narrativa. Outro problema, é que o elenco cresceu tanto, que em muitos momentos o filme não consegue fazer uma apresentação ou representação adequada para diversos personagens. Culpa de um roteiro extremamente frágil. O alívio cômico de Tyrese Gibson e Ludacris é bobo demais, a ponto de ser uma comédia que não me fez rir. Além disso, tudo isso está envolvido no problema real: já vimos tudo isso antes. A sensação de repetição da fórmula é desgastante. Não há nada de errado em um novo filme de uma longa franquia repetir o que já deu certo antes, necessariamente. Mas quando nada parece excitante ou vivo, surge um problema. Pode haver explosões, incredulidade e quebra de quarta parede suficientes aqui para enganar as pessoas que odiaram Velozes e Furiosos 9 e achar isso uma melhoria. Mas este também é um filme que não perde tempo transformando o vilão do filme anterior, Jakob Toretto, em um pateta completo. 

Os filmes da franquia nunca tiveram medo de abraçar o irreal, mas o que os torna especiais em comparação com todos as outras franquias é a sensação de que seus criadores não têm vergonha de fazer esses filmes. Não importa o quão absurdos eles fossem, Vin Diesel costumava fundamentar tudo na sinceridade encharcada em uma Corona. Aqui, isso fica enterrado sob muitos escombros. "O fim da estrada começa" é um slogan adequado, embora sem sentido, para o novo filme, porque literalmente termina em um momento de angústia. Velozes e Furiosos 10 quer toda a grandiosidade da finalidade, sem realmente terminar nada. Antes que eu me esqueça, o filme possui uma cena pós-créditos.