Crítica | A Pequena Sereia - Nem tudo é perfeito, mas A Pequena Sereia é um acerto no meio de tantos erros.

Divulgação | Walt Disney Studios

TítuloThe Little Mermaid (Título original)
Ano produção2021
Dirigido porRob Marshall
Estreia
25 de maio de 2023 (Brasil)
Duração 135 Minutos 
Classificação10 - Não recomendado para menores de 10 anos
Gênero
Musical - Romance - Fantasia 
País de Origem
Estados Unidos
Sinopse

Uma jovem sereia faz um acordo com uma bruxa do mar para trocar sua bela voz por pernas humanas para que possa descobrir o mundo acima da água e impressionar um príncipe.

• Por Alisson Santos
• Avaliação - 6/10

Se você não está familiarizado com a animação, então você está com sorte porque a versão live-action é uma homenagem direta. As mensagens centrais estão aqui. Sobre correr riscos para chegar onde você quer estar na vida e sobre deixar seus filhos irem quando você sabe que precisa. É praticamente a mesma história, mas um pouco diferente. As coisas que foram alteradas e trazidas evoluem a história, mas o coração da animação está presente.

Muito sobre a animação é sobre a voz da nossa querida Ariel, projetada por maestria por Halle Bailey no live-action. Ela é uma cantora/compositora notável por conta própria, mas há uma profundidade e um ar de drama que ela dá a Ariel que simplesmente funciona. Ela canta como se estivesse no palco, é difícil prestar atenção em qualquer outra coisa enquanto ela solta sua voz. Halle Bailey também é uma ótima atriz. Ela personifica perfeitamente os trejeitos de Ariel e é fácil acreditar que ela também é assim na vida real. É uma performance que nos permite ver exatamente como ela está se sentindo e o que ela está pensando, sem nunca dizer uma palavra, é algo que não deve ser encarado levianamente. 

Melissa McCarthy também oferece uma boa performance, com sua interpretação de Escravos da Dor sendo o destaque. A única reclamação real aqui é que, com as adições à história, ela se sente subutilizada. Melissa adiciona um sarcasmo a Úrsula que só ela poderia fazer. É fácil considerá-la uma verdadeira vilã. No entanto, com grande parte da história ocorrendo em terra firme, não conseguimos vê-la tanto quanto deveríamos.

Divulgação | Walt Disney Studios 

Os filmes de animação da Disney criam grandes expectativas quando o assunto é amor, isso não é segredo. É por isso que o que A Pequena Sereia faz com o Príncipe Eric e Ariel nesta versão parece muito mais realista. Claro, ainda é um pouco apressado, mas o live-action reservou um tempo maior para construir um relacionamento entre eles. É primeiro uma amizade e depois um amor. O relacionamento deles não é baseado apenas na aparência, eles realmente têm coisas em comum. Eric não é apenas retratado como um aventureiro e colecionador, ele também é mantido atrás das portas do castelo por uma mãe autoritária. Isso não apenas dá a ele um pouco mais de história de fundo, mas também permite que ele se conecte em um nível mais profundo com Ariel, pois ele pode entender exatamente o que ela está passando com o pai.

Além da evolução do relacionamento do príncipe Eric e Ariel nesta versão, há muito mais adições ao filme. Incluindo três músicas novas – duas das quais são ótimas e uma que é esquecível. Infelizmente o esquecível pertence a Ariel. Eu já elogiei a voz de Halle Bailey, mas essa música realmente não encontra seu lugar no filme. A música do príncipe Eric, no entanto, é exatamente o oposto. A música nos conta como ele está se sentindo naquele momento e está bem alocada dentro da trama. Além disso, os animais ganham um rap, facilmente a melhor das novas músicas. Aliás, o Sabidão e Sebastião são o grande destaque cômico do filme.

A minha maior reclamação sobre a versão 2023 de A Pequena Sereia é facilmente o CGI. Deixando de lado a aparência bizarra do Linguado, quase todas as cenas subaquáticas parecem estranhas. Não que seja horrível, inassistível. Mas depois de Avatar: O Caminho da Água e a capacidade dele de realizar esses tipos de cenas com perfeição, é difícil não achar estranho determinadas cenas aqui. Outro ponto, é o quanto o último ato é escuro. Claro, o momento da animação também adere uma paleta escura, mas aqui é uma clara tentativa de esconder imperfeições do CGI da Úrsula gigante. Nem tudo é perfeito, mas A Pequena Sereia é um acerto no meio de tantos erros.

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