Crítica | O Urso do Pó Branco - A realidade é que o longa oscila entre o cinema de comédia bem feito e um produto esquecível.

Divulgação | Universal Pictures 

TítuloCocaine Bear (Título original)
Ano produção2021
Dirigido porElizabeth Banks
Estreia
30 de março de 2023 (Brasil)
Duração 95 Minutos 
Classificação18 - Não recomendado para menores de 18 anos
Gênero
Comédia - Terror - Suspense 
País de Origem
Estados Unidos
Sinopse

Inspirado na história real de 1985 sobre a queda do avião de um traficante de drogas, uma cocaína desaparecida e o urso negro que a comeu, este suspense selvagem encontra um grupo excêntrico de policiais, criminosos, turistas e adolescentes convergindo para uma floresta da Geórgia, onde um predador de 200Kg no ápice ingeriu uma quantidade impressionante de cocaína e partiu para uma fúria movida a coca por mais golpe... e sangue. 

• Por Alisson Santos
• Avaliação - 5/10

O ano é 1985, a cocaína tornou-se uma das drogas mais usadas nos Estados Unidos, apesar dos constantes avisos alertando o público em geral sobre os efeitos nocivos da substância ilícita. Aproveitando a alta demanda, Thornton (Matthew Rhys) se encarregou de traficar centenas de quilos desse narcótico da Colômbia em uma pequena aeronave. Para fugir das autoridades, ele decidiu jogar a mercadoria no Parque Nacional Chattahoochee, localizado no estado da Geórgia, para depois recolhê-la. Porém, após morrer ao tentar pular do avião em movimento, boa parte da droga acaba perdida pela região de mata. Perambulando pelo local, um urso encontra as bolsas abandonadas e ingere os pacotes de cocaína dentro delas. Totalmente desenfreado e com uma sede insaciável de sangue, o animal selvagem começa a atacar qualquer humano que cruze seu caminho. 

Divulgação | Universal Pictures 

Justamente um dos pontos fortes do filme é aquele cruzamento de vários gêneros que não nos permite saber ao certo o que está acontecendo na tela. Ora é um slasher bem anos 90, ora é um thriller policial e nos seus melhores momentos é uma comédia digna. É aquela sensação de expectativa e medo de ver algo que vai acabar sendo um absurdo que mantém seus olhos na tela. Visualmente é como qualquer outro filme B, sem nada de especial ou chamativo. Algumas sequências serão memoráveis, não pela qualidade, mas pelo absurdo de seu conteúdo. Sejam aquelas em que o urso cheira uma carreira de cocaína em uma perna desmembrada, seja aquelas em que persegue uma ambulância. Ainda assim, a novidade de ver o urso viciado em cocaína atacar os caminhantes ingênuos que visitam o parque desaparece rapidamente, deixando-nos com um filme sem imaginação que não sabe para onde ir além de seu prólogo. Não é à toa que seus personagens carecem de mais definição, e obviamente não se espera encontrar algo profundo em um filme com tal título, mas suas situações repetitivas e diálogos fracos tornam o ritmo muito tedioso rumo a sua previsível conclusão.

Para imaginar uma história circunstancial em torno do urso, o roteiro de Jimmy Warden apresenta um elenco que carrega suas próprias histórias. Embora cada personagem e cada história sejam moderadamente interessantes, o filme se esforça para dar a cada um o seu lugar. Parece uma tarefa exaustiva para o roteirista encontrar um ritmo adequado para conduzir as linhas narrativas e fazê-las colidir organicamente. O Urso do Pó Branco certamente se beneficia de um tom em que ela nunca se leva a sério. Mas também há vários pontos onde essa leveza acaba por criar momentos mortos, ou silêncios incômodos em que o riso dos espectadores deveria fazer eco. Em sua busca por extrair o mais ridículo de cada situação, a narrativa torna-se dispersa. A realidade é que o longa oscila entre o cinema de comédia bem feito e um produto esquecível.

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