Divulgação | Mundo dos Heróis |
• Por Alisson Santos
Sou enfermeiro psiquiátrico e, no início da minha carreira, trabalhei em um centro de saúde mental em São Paulo. Um dos nossos pacientes era mudo eletivo, o que significa que não falava/não queria/não podia falar. Segundo rumores, ele havia passado por um grande trauma psicológico, mas a gente não tinha acesso ao motivo desse trauma. Ele tinha um comportamento normal, de fato, parecia bastante normal naquela época, com exceção de ter quase dois metros de altura e não falar nenhuma palavra. Mas em uma noite, ele simplesmente desapareceu, sem registros nas câmeras ou qualquer vestígio do seu paradeiro. Ele foi declarado ausente e, eventualmente, foi declarado desaparecido e morto. Dez anos depois, eu estava trabalhando em um hospital psiquiátrico em São Paulo, um homem de dois metros e meio de altura entrou e disse à recepcionista: "Meu nome é Mário Teixeira, e estou morto há dez anos." Essas foram as últimas palavras que ele falou.
Ele estava coberto de poeira, pele pálida e estava usando as mesmas roupas que disseram estar usando na noite em que desapareceu. Ele não tinha identificação pessoal, nada e sua aparência não lembrava aquele homem de 10 anos atrás. No entanto, eles foram capazes de identificá-lo, acho que por meio de impressões digitais. A família foi notificada, mas eles disseram que já haviam lamentado seu membro perdido e que quem estava afirmando ser ele simplesmente não podia ser. Eles exigiram que não fossem contatados novamente. O motivo ? Eu não sei.
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Mário andava de um lado para o outro todos os dias, movendo a boca que parecia falar ou murmurar, mas nenhum som. Ele tinha o hábito de jogar a cabeça para trás com a boca aberta como se estivesse gargalhando, mas nem mesmo uma respiração podia ser ouvida. Se eu falava com ele, ele parecia ouvir, periodicamente jogando a cabeça para trás daquele jeito que imitava uma gargalhada. Vários medicamentos foram tentados, mas não o afetaram positivamente ou negativamente. A terapia não fez nenhum efeito porque Mário apenas ficava jogando a cabeça para trás, a menos que lhe dissessem para ficar parado, ele se levantava e começava a andar de novo. Vários exames neurológicos foram feitos: ultrassonografia transcraniana, angiotomografia de crânio, eletroencefalograma, angiografia por ressonância magnética e muitos outros. Não foi encontrado nenhuma alteração neural no paciente. No meu último dia naquele emprego, a última coisa que vi foi Mário, andando de um lado para o outro no estacionamento, jogando a cabeça para trás. Mais tarde eu me perguntei se o tempo todo eu estava lidando com um experiência paranormal ou com um próprio distúrbio da minha mente. Todos esses anos depois, eu ainda não sei. Infelizmente, eu preciso parar de escrever. Meu amigo, Mário, está vindo me dar o meu medicamento.
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