Crítica | Os Fabelmans - Me lembrou o quanto eu amo cinema.

Divulgação | Universal Pictures 

TítuloThe Fabelmans (Título original)
Ano produção2021
Dirigido porSteven Spielberg 
Estreia
12 de janeiro de 2023 (Brasil)
Duração 151 Minutos 
Classificação14 - Não recomendado para menores de 14 anos 
Gênero
Semiautobiográfico - Drama - Comédia 
País de Origem
Estados Unidos
Sinopse

O jovem Sammy Fabelman se apaixona por filmes depois que seus pais o levam para ver "O Maior Espetáculo da Terra". Armado com uma câmera, Sammy começa a fazer seus próprios filmes em casa, para o deleite de sua mãe solidária.

• Por Alisson Santos
• Avaliação - 10/10

O humor é uma característica surpreendentemente eficaz de Os Fabelmans, a releitura ficcional e semiautobiográfica de Steven Spielberg sobre sua infância. Enquanto uma representação de duas horas e meia da infância do diretor poderia ter ameaçado transbordar em sentimentalismo e autoindulgência, Os Fabelmans é mais inteligente e envolvente do que o esperado. O filme é um interrogatório transparente de uma figura infantil perdida de Steven Spielberg. O longa incorpora esse personagem na comédia dramática e passeamos pelas memórias do diretor, incluindo sua solidão, parentesco e amor precoce pelo cinema. O inevitável sentimentalismo que tem atormentado o trabalho deste diretor é contrabalançado por uma saudável dose de humor, enquanto Spielberg desenterra a arte em episódios embaraçosos, engraçados e dolorosos. Enquanto isso, os momentos mais tocantes da história são atribuídos a fortes atuações e mudanças de tom sem esforço que levam a narrativa a passar de um conflito familiar tenso para uma história mais leve sobre a maioridade.

Divulgação | Universal Pictures 

Um dos maiores trunfos do filme é a atuação incrível de Michelle Williams como Mitzi, mãe do personagem de Steven Spielberg. É uma performance deliberadamente teatral. É condizente com a personagem Mitzi, que ia ser uma artista, uma pianista. Michelle Williams desempenha esse papel com uma energia excêntrica e infantil que evoca o comportamento de espírito livre da personagem. Em momentos-chave, sua expressão de luto é inesquecível. Ela engloba a criança perdida e a dualidade conflitante da história: a energia flutuante da infância e as duras realidades da vida adulta, como quando sua própria mãe falece. Em última análise, o filme é sobre encontrar arte no que é feio, bonito e engraçado, enquanto Spielberg luta com suas memórias felizes e infelizes em seus primeiros passos para se tornar um dos maiores cineastas da história. Os Fabelmans me lembrou o quanto eu amo cinema.

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