Crítica | Adão Negro - Apesar de alguns momentos promissores, Adão Negro acaba sendo um filme desequilibrado.

Divulgação | Warner Bros Pictures 

TítuloBlack Adam (Título original)
Ano produção2020
Dirigido porJaume Collet-Serra
Estreia
20 de outubro de 2022 (Brasil)
Duração 125 Minutos 
Classificação14 - Não recomendado para menores de 14 anos
Gênero
Ação - Aventura - Comédia 
País de Origem
Estados Unidos
Sinopse

Quase 5 mil anos depois de ter sido agraciado com os poderes onipotentes dos deuses egípcios. Adão Negro (Dwayne Johnson) é libertado de sua tumba terrena, pronto para lançar sua forma única de justiça no mundo moderno.

• Por Alisson Santos
• Avaliação - 5/10

Adão Negro tem um começo promissor com um prólogo estendido de 2.600 A.C detalhando um pouco da história na cidade fictícia de Kahndaq, sofrendo de opressão e sendo escravizados pelos implacáveis rei. Teth-Adam - ainda não é Adão Negro - é o salvador aqui, ele possui superpoderes concedidos pelos magos. Os mesmos magos liderados por Shazam (Djimon Hounsou), que também foi responsável por conceder a Billy Batson (Asher Angel) o poder semelhante que o transformaria no super-herói Shazam.

Teth-Adam consegue dar um fim ao reino tirânico, mas depois desapareceu sob certas circunstâncias por 5.000 anos. Avançando para os dias atuais, Teth-Adam é posteriormente despertado e convocado de sua tumba e se encontra no meio da opressão política governada pela organização criminosa conhecida como Intergangue. Para encurtar a história, tem algo a ver com uma coroa mágica feita de Eternium, um metal com propriedades mágicas, que liberaria poderes demoníacos na Terra. A Intergangue está determinada a obter a coroa por qualquer meio necessário e quando a batalha começa entre eles e Teth-Adam, Amanda Waller (Viola Davis) convoca os membros da Sociedade da Justiça para restaurar a ordem. Os membros em questão incluem Gavião Negro (Aldis Hodge), Esmaga-Átomo (Noah Centineo), Cyclone (Quintessa Swindell) e Doutor Destino (Pierce Brosnan).

Divulgação | Warner Bros Pictures 

O primeiro e o segundo atos se beneficiam da direção de Jaume Collet-Serra, entregando boas cenas de ação. A ação em si é enérgica e feroz. Bebe muito do estilo de direção do Zack Snyder, até com o uso um tanto exagerado do recurso de slow motion. A cena de batalha entre Adão Negro contra os membros da Sociedade da Justiça é facilmente o destaque aqui, conseguindo aproveitar cada personagem e seus respectivos superpoderes. No entanto, com essa dependência de ação sobre o enredo, o desenvolvimento de personagens se esvai. Os roteiristas Adam Sztykiel, Rory Haines e Sohrab Noshirvani não deixam o filme respirar, quase não há tempo para os personagens interagirem entre cada sequência e quando interagem o diálogo beira o genérico, é um texto por muitas vezes pobre. Há tantas conversas sobre a visão de mundo moralmente cinzenta de Teth-Adam que há uma impressão de que os roteiristas duvidavam que o público entendesse que ele não é um super-herói, e isso se repete, repete, repete. O primeiro ato do filme tem algumas piadas e algumas delas não funcionam. Esse humor é principalmente centrado em um criança, ensinando sobre o mundo moderno para Teth-Adam e em sua caminhada para se tornar o anti-herói Adão Negro. Pode ser decepcionante para alguns como o filme bebe da tradição do UCM de sacrificar alguns momentos sérios por uma tirada cômica fora do timing. Porém, quando o filme fica mais sério, ele sabe como ajustar o tom de acordo ao mesmo tempo que se diverte. O carisma do The Rock e boas atuações de Pierce Brosnan e Aldis Hodge, são um ponto positivo. A dinâmica entre o Aldis Hodge e The Rock, a visão conflitante de mundo entre seus personagens, é uma das melhores coisas do filme.

Infelizmente, o longa caminha para um terceiro ato prolongado que se torna cada vez mais cansativo. O ritmo é errático, anticlimático (você saberá quando o vir) e quando o grande mal chega, não é nada mais do que um excelente CGI. Sabbac é um antagonista totalmente esquecível e genérico. Mesmo antes do terceiro ato, é difícil se livrar daquele sentimento incômodo sobre a forma como alguns acontecimentos são superficiais e imploravam por um desenvolvimento melhor. Eu recomendo fortemente vocês lerem os quadrinhos prólogos da Sociedade da Justiça, eles vão te ajudar situar acontecimentos do primeiro ato e evitar um provável sentimento de vazio que muitos devem sentir em relação ao grupo. Apesar de alguns momentos promissores, Adão Negro acaba sendo um filme desequilibrado. E antes que eu me esqueça, o filme possui uma SUPER cena pós-créditos.

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