Crítica | A Fera - Carece da agressividade que um longa desse estilo necessita.

Divulgação | Universal Pictures 
TítuloBeast (Título original)
Ano produção2021
Dirigido porBaltasar Kormákur
Estreia
11 de agosto de 2022 (Brasil)
Duração 93 minutos
Classificação14 - Não recomendado para menores de 14 anos
Gênero
Ação - Suspense - Drama
País de Origem
Estados Unidos
Sinopse

Um pai e suas filhas viajam para um Safari na África para ajudar a estreitar os laços após a morte da mãe delas abalar toda a dinâmica familiar. Ao chegarem ao local, descobrem que existe uma fera caçando os habitantes e caçadores locais, obrigando assim o pai a proteger sua família de um animal perigoso.

• Por Alisson Santos
• Avaliação - 5/10

Em A Fera, Dr. Nate Daniels (Idris Elba) é um homem que perdeu a mulher recentemente. Para viver o luto, ele decide retornar à África do Sul, local onde conheceu sua falecida esposa, para passar férias há muito planejadas com suas duas filhas (Iyana Halley e Leah Jeffries) em uma reserva natural administrada pelo velho amigo da família Martin Battles (Sharlto Copley), um biólogo da vida selvagem. Ao chegarem ao local, descobrem que existe uma fera caçando os habitantes e caçadores locais, obrigando assim o pai a proteger sua família de um animal perigoso.

Com um começo promissor, recheado do mistério do desconhecido e do terror de uma ameaça mortal, A Fera, nova longa do cineasta Baltasar Kormákur estrelado por Idris Elba, se perde dentro dos clichês do gênero de sobrevivência e se consagra como um filme que teme em apostar na grandiosidade que a história detém. O diretor até consegue trabalhar a tensão de forma satisfatória, usando muito bem os enquadramentos mais fechados para focar no desespero dos personagens. Enquanto as emoções são muitas, no entanto, um roteiro desarmantemente direto resulta em poucas surpresas. 

Divulgação | Universal Pictures 

O filme é uma sutil metáfora de Idris Elba lutando contra os demônios de seu passado. Mas ao buscar fundir várias histórias em uma única narrativa, se espalha muito e acaba parecendo superficial. O roteiro é tão magro que sabemos para onde está indo no final do primeiro ato, usando personagens e diálogos descartáveis como dispositivos de enredo para preparar o terreno para o seu clímax. Sabe aquele filme que olha para o espectador e fala - "Você é burro(a), você vai aceitar essas escolhas narrativas e possivelmente vai até elogiar após sair da sala de cinema, porque você não quer assumir que gastou seu suado dinheiro na compra de um ingresso de um filme que insulta sua inteligência." Essa é a melhor definição de A Fera. O longa é muito menos ambicioso do que algo como A Sombra e a Escuridão, Caçados. A direção prefere apostar na sugestão dos ataques revelando apenas o que aconteceu ou usando o som para estimular a imaginação do espectador. Na minha opinião, uma escolha terrível. Eu fui ao cinema assistir um leão sanguinário, é isso que eu quero ver. Os leões vistos em A Fera são criados usando efeitos visuais surpreendentemente realistas, que estão bem integrados ao ambiente. O ponto alto do longa, é uma luta climática no último ato, que rivaliza com o ataque de Leonardo DiCaprio nas mãos de um urso em O Regresso, é o melhor momento do filme. Em última análise, A Fera é um entretenimento barato, funcionando pelos momentos de tensão, boa fotografia e uma trama direto ao ponto. Mas, carece da agressividade que um longa desse estilo necessita.

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