Crítica | Top Gun: Maverick - O mais próximo possível de uma sequência perfeita.

Divulgação | Paramount Pictures

TítuloTop Gun: Maverick (Título original)
Ano produção2019
Dirigido porJoseph Kosinski
Estreia
26 de maio de 2022 (Brasil)
Duração 137 minutos
Classificação14 - Não recomendado para menores de 14 anos
Gênero
Ação - Romance - Drama
País de Origem
Estados Unidos
Sinopse

Depois de mais de 30 anos de serviço como um dos principais aviadores da Marinha, Pete "Maverick" Mitchell está de volta, rompendo os limites como um piloto de testes corajoso. No mundo contemporâneo das guerras tecnológicas, Maverick enfrenta drones e prova que o fator humano ainda é essencial.

• Por Alisson Santos
• Avaliação - 9/10

Um dos grandes atrativos do cinema é que ele nos oferece fantasia, e não me refiro no sentido de elfos, magos ou hobbits. O cinema nos oferece sonhos. A chance de ser atormentado por sonhos, imerso na sensação do que você está vendo na tela fosse realmente verdade. É quase como uma orgasmo para o cérebro, mas não necessariamente no sentido sexual. 

A fantasia que Top Gun: Maverick nos serve talvez seja o mais sedutora de todos: não pense, apenas faça. Os seres humanos são metade cérebro, metade instinto, e cara, como é bom escapar da metade pensante às vezes. A metade pensante pode ser uma chatice. Nos lembrando que o mundo é complicado, que temos responsabilidades e blá blá blá. Passar duas horas imersos em “não pense, apenas faça” é maravilhoso. 

A sequência traz de volta um Pete 'Maverick' devastado pela culpa, perpetuamente preso em um passado que ele nunca pode mudar. Essa iteração mais antiga é extremamente necessária, pois os flashbacks tecem habilmente os pontos da trama do original de Tony Scott para alimentar a nostalgia. Essa necessidade de redenção pela morte de Goose (Anthony Edwards) é um tema recorrente que os roteiristas usam com uma facilidade devastadora.

Divulgação | Paramount Pictures

O interesse amoroso de Pete em Penny (Jennifer Connelly) é extremamente satisfatório. A mãe solteira é dona de um bar local e é claramente muito apreciada em sua pequena comunidade. Penny e Pete têm uma história juntos e vê-los dançar em torno do romance consegue ser doce e não tedioso.

A maior melhoria do filme em relação ao Top Gun original é a forma como retrata os combates aéreos com uma fotografia belíssima. A sequência aérea do terceiro ato é de tirar o fôlego. Mas, mais importante, o plano exato para a missão é explicado e descrito por meio de treinamentos difíceis em que os riscos e o que pode dar errado são definitivamente estabelecidos. A missão de combate que os pilotos foram encarregados é incrivelmente perigosa. O voo é praticamente uma missão suicida, onde o sucesso seria um milagre. 

Top Gun: Maverick é entretenimento da melhor qualidade. Ele encontra o equilíbrio certo entre a nostalgia dos anos 80 e o toque do modernismo. O filme não é apenas uma reverente história de amor pela aviação, mas também representa um tipo de cinema que quase saiu de moda pela necessidade de se adequar a sociedade atual. O longa é o mais próximo possível de uma sequência perfeita. Top Gun: Maverick é apenas um filme, sim. Mas é um daqueles que você só consegue a cada poucos anos que reafirma sensacionalmente sua crença em como um filme pode ser mágico.

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