Crítica | Cavaleiro da Lua - Episódio 4

Divulgação | Disney+

Título	Moon Knight (Título original)
Ano produção	2021
Dirigido por	Jeremy Slater
Estreia	30 de março de 2022 (Brasil)
Duração	6 Episódios
Classificação	14 - Não recomendado para menores de 14 anos
Gênero	Super-Heróis - Ação - Aventura - Suspense
País de Origem	Estados Unidos

Sinopse

A mais nova série da Marvel Studios, Cavaleiro da Lua, chega com exclusividade ao Disney+ no próximo dia 30 de março. A produção original acompanha a vida de Steven Grant (Oscar Isaac), um homem que sofre de transtorno dissociativo de identidade e divide o seu corpo com o mercenário Marc Spector, o avatar de Khonshu, o Deus da Lua.

• Por Alisson Santos

• Avaliação - 9/10

"A Tumba" tem um começo lento como um episódio bastante padrão, com muitos diálogos expositivos e um punhado de cenas de ação diretas, mas dá uma guinada ousada e se torna o episódio mais louco da série nos últimos 20 minutos. O Cavaleiro da Lua da Marvel não falta em história. Indiscutivelmente, tem muita história para seu próprio bem. Nos três primeiros episódios, fomos apresentados a um ex-mercenário mentalmente doente com um passado obscuro afastado de uma esposa para quem ele mentiu por anos. Dentro dele há pelo menos uma identidade (com outra a caminho) criado para preencher uma função que a identidade principal não consegue. Também nos foi dito que a identidade central é de fato o avatar terrestre do Khonshu, o Deus da Lua. Nesse quarto episódio finalmente nos aproximamos de um confronto adequado entre Marc/Steven e Arthur Harrow, nos divertimos com múmias nos primeiros dois terços do episódio, algo parecido A Múmia ou os filmes do Indiana Jones.

A morte de Marc no terço final não é novidade para os fãs dos quadrinhos do Cavaleiro da Lua. Parte de todo o acordo Khonshu é que o Deus da Lua pode ressuscitá-lo se ele entrar em perigo mortal. Foi assim que Marc se tornou seu avatar em primeiro lugar, como ele explicou. Mas Khonshu agora foi preso pelos Deuses por sua insolência, então como ficaríamos ?

Divulgação | Disney+

Em vez disso, os criadores do série aproveitaram esta oportunidade para adaptar um dos melhores arcos da história do personagem: Cavaleiro da Lua de Jeff Lemire e Greg Smallwood, onde Marc está trancado em uma instituição mental e precisa encontrar uma saída enquanto explora sua psique. Ao fazê-lo, ele parte em uma jornada surreal e cósmica que lentamente revela o que é real e o que pode ser uma invenção de sua imaginação. Como uma história em quadrinhos, é fantástico e vale o seu tempo. 

Tudo o que vimos nos primeiros três episódios e meio de Cavaleiro da Lua acabou de fazer parte da fantasia de Marc ? Ele é realmente um paciente em uma instituição mental que usou elementos de seu entorno para criar uma história épica de ação e aventura em sua mente ? Essas são perguntas que a série agora quer que nos perguntemos e, ao inserir esse cenário como uma reviravolta na série, alguns espectadores provavelmente ficarão frustrados com isso – qual era o sentido de assistir a tudo isso se não era “real” ? 

A grande questão deste episódio – e haverá muitas teorias. No entanto, esse possivelmente é o mundo psíquico onde as várias personalidades do Cavaleiro da Lua coexistem e interagem umas com as outras, assim como Khonshu e outras divindades. Marc está morto ? Não, Marc/Steven provavelmente está em algum lugar entre a vida e a morte depois de ser baleado por Harrow. Mas Marc já esteve aqui antes: na noite em que Khonshu o encontrou morrendo e o ressuscitou como seu avatar. Como afirmado, os quadrinhos do Cavaleiro da Lua ao longo de vários anos encontraram maneiras divertidas de brincar com o transtorno dissociativo de identidade de Marc e a maneira como sua mente organiza suas personalidades (ou se perde nelas). Se Marc puder, presumivelmente, colocar sua psique fraturada em algum tipo de ordem de funcionamento, provavelmente desbloqueará o poder místico necessário para ele sobreviver – e derrotar Harrow. Por fim, na minha visão, esse é facilmente o melhor episódio da série, até o momento. A partir do mergulho na psique do Marc, eu espero que eles consigam trabalhar o roteiro de forma coesa para entregar um final satisfatório para o espectador.