Crítica | Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore - Melhor do que seu antecessor, mas ainda não encontrou o seu ritmo.

Divulgação | Warner Bros Pictures

TítuloFantastic Beasts: The Secrets of Dumbledore (Título original)
Ano produção2020
Dirigido porDavid Yates
Estreia
14 de abril de 2022 (Brasil)
Duração 142 minutos
Classificação12 - Não recomendado para menores de 12 anos
Gênero
Fantasia - Ação - Aventura
País de Origem
Estados Unidos
Sinopse

O professor Alvo Dumbledore (Jude Law) sabe que o poderoso mago das trevas Gellert Grindelwald (Mads Mikkelsen) está se movimentando para assumir o controle do mundo mágico. Incapaz de detê-lo sozinho, ele pede ao magizoologista Newt Scamander (Eddie Redmayne) para liderar uma intrépida equipe de bruxos, bruxas e um corajoso padeiro trouxa em uma missão perigosa, em que eles encontram velhos e novos animais fantásticos e entram em conflito com a crescente legião de seguidores de Grindelwald. Mas com tantas ameaças, quanto tempo poderá Dumbledore permanecer à margem do embate ?

• Por Bruno Lima
• Avaliação - 6/10

Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore não teve o caminho mais fácil para chegar aos cinemas, com a pandemia causando atrasos significativos tanto na produção quanto no lançamento, sem sequer mencionar o escândalo de Ezra Miller, a polêmica sobre Johnny Depp ser removido das funções de vilão, ou o furor contínuo em torno da criadora, co-roteirista e produtora JK Rowling.

A boa notícia é que a última aventura de Newt Scamander é um pequeno retorno à forma mágica de Harry Potter corrigindo muitos dos erros gritantes que atormentaram Os Crimes de Grindelwald, mas a desvantagem é que Animais Fantásticos como um todo ainda está falhando resolutamente em justificar a necessidade de mais dois filmes.

A mecânica do enredo é em sua maior parte dirigida por MacGuffin, em resumo para os que não estão familiarizados, MacGuffin é um objeto, evento ou pessoa que tem grande importância para os personagens (principalmente protagonistas). Tanta, que geralmente todo o enredo se vira em torno disso, apesar do objeto (evento ou pessoa) em si não ser lá essas coisas para a narrativa que se desenrola. O MacGuffin aqui é um animal parecido com um cervo conhecido como Qilin possuindo o poder de selecionar a pessoa que lidera toda a comunidade mágica, caso ela os considere puros de coração e literalmente dobre o joelho. Naturalmente, dois deles nascem ao mesmo tempo para colocar as facções opostas do bem e do mal uma contra a outra, o que cria um estranho desequilíbrio de tom quando uma criatura fofa de CGI projetada claramente para vender boneco, é usada como um dispositivo para ajudar um supremacista genocida a encenar um golpe público que se desenrola em grande parte na Europa durante a década de 30.

Divulgação | Warner Bros Pictures

Trazer um dos roteiristas de Harry Potter, Steve Kloves, para ajudar Rowling com o roteiro foi uma jogada inspirada, deve-se dizer, com Os Segredos de Dumbledore estreitando um pouco o foco, e pelo menos tentando dar uma nova reviravolta em uma fórmula que estava definhando. Claro, as coisas continuam desfocadas em alguns pontos, mas o principal impulso do professor de Hogwarts tentando realizar um improvável golpe de prestidigitação contra um adversário que pode vislumbrar o futuro não é nada senão um gancho funcional dentro da narrativa.

Ele tenta responder a algumas das perguntas de Crimes de Grindelwald, mas a mudança de personalidade – Johnny Depp a Mads Mikkelsen – nunca foi realmente justificada. O comportamento de Grindelwald é completamente diferente. Eu realmente gostei do Mikkelsen mais sutil, mas o roteiro deixou pouco para ele fazer com o papel. Depp era um Grindelwald mais assustador, mas desequilibrado, enquanto Mikkelsen era crível como um vilão que Dumbledore poderia ter amado. Ainda há um elemento do mal, mas não tão exagerado, o que para alguns fãs pode não ser suficiente.

A história começa devagar e tenta conter muitas informações, e se você não estiver familiarizado com esse mundo, pode ficar confuso. O longa entrega bastante fan service aos fãs de Harry Potter com algumas cenas em Hogwarts. Eu acho que caiu um cisco nos meus olhos ao ver um dos meus castelos favoritos novamente, assim como personagens amados em seus anos mais jovens. Alguns dos outros personagens mais novos são subutilizados, parecendo uma reflexão tardia, mas talvez esteja preparando o cenário para mais desenvolvimento de personagens no futuro.

A franquia Animais Fantásticos ainda não encontrou seu ritmo, mas Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore me manteve ocupado o suficiente esperando que os problemas fossem resolvidos. 

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