Crítica | Noite Passada em Soho - Uma experiência sofisticada e visceral.

Divulgação | Universal Pictures

TítuloLast Night in Soho (original)
Ano produção2019
Dirigido porEdgar Wright
Estreia
18 de novembro de 2021 (Brasil)
Duração117 minutos
Classificação16 - Não recomendado para menores de 16 anos
Gênero
 Terror - Suspense - Horror
País de Origem
Estados Unidos
Sinopse

Noite Passada em Soho acompanha Eloise (Thomasin Mckenzie), uma jovem apaixonada por design de moda que consegue, misteriosamente, voltar à década de 1960. Lá, ela encontra Sandy (Anya Taylor-Joy), uma deslumbrante aspirante a cantora por quem é fascinada. O que ela não contava é que a Londres dos anos 1960 pode não ser o que parece, e o tempo passa cada vez mais a desmoronar, levando a consequências sombrias.

• Por Alisson Santos
• Avaliação - 9/10

Um amigo cuja opinião acalento me disse para ir para Noite Passada em Soho (dirigido por Edgar Wright) sabendo o menos possível, então eu escutei. Percebi quando as luzes se apagaram que provavelmente eu era a única pessoa na cabine que nem tinha assistido ao trailer. Em retrospecto, não acho que foi um erro. 

Enquanto assistia à primeira cena em que uma garota fingia ser uma estilista famosa, não poderia ter previsto que o filme ficaria tão sombrio e sangrento depois de seu primeiro ato aparentemente regular de maioridade. O filme começa com Eloise (Thomasin McKenzie) sonhando acordada com o futuro brilhante para o qual ela quer correr e que o resto é sobre pesadelos que aconteceram no passado dos quais Eloise está fugindo.

O que parece uma peça de arte impregnada de nostalgia é, em vez disso, um terror/thriller com aspectos sobrenaturais envolvendo viagens no tempo e assassinatos. A única lição que o filme quer transmitir, acredito, é tomar cuidado com a romantização de eras passadas: o erro de Eloise é acreditar que os anos 60 são glamorosos e românticos como um disco antigo, um lugar melhor para se perder do que o presente. Empolgada e ingênua, ela faz vista grossa para a escuridão que está por baixo.

Divulgação | Universal Pictures

O filme poderia ser perfeitamente dividido em duas partes: desejo e medo. Na primeira metade conhecemos Eloise e seu sonho de ter sucesso onde sua mãe falhou, ir para Londres e se tornar um nome da moda; ao mesmo tempo, nós, junto com Ellie, conhecemos e somos arrebatados por Sandy (Anya Taylor-Joy), cuja ambição de fazer um nome para si mesma conduz a trama. A segunda metade do filme é assombrada pelas consequências desse desejo, e tudo o que nos resta é o terror.

Uma coisa que eu realmente aprecio acima de tudo é como o criador, roteirista e diretor Edgar Wright não acreditou na narrativa, bastante popular nos anos 60, da garota do campo indo para a cidade para crescer e sendo punida por isso. Noite Passada em Soho não é um conto de advertência para meninas que se mudam para Londres; é uma carta de amor ao bom e ao mau que a cidade tem a oferecer.

Divulgação | Sony Pictures

O diretor tem uma estética tão requintada, tal olho para os detalhes mais finos, que ele pinta um quadro que é hiperrealizado e totalmente imersivo. Ele consegue subverter o espalhafatoso de uma forma que o torna algo sublime, com imagens lindamente realizadas dançando na tela. Sério - há uma dúzia de momentos, talvez mais, em que o espectador simplesmente não consegue evitar ficar completamente cativado pela pureza da visão que está sendo exibida.

Há diálogos espirituosos, um ótimo figurino, uma trilha sonora espetacular, atuações brilhantes, mas também coisas brutais, incluindo uma virada desagradável, que florescerá em uma reviravolta gloriosamente gratificante. Em última análise, Noite Passada em Soho é sobre experiência compartilhada. É uma história sobre voar muito perto do sol e estar determinado a aprender a conviver com os hematomas. 

"Noite Passada em Soho" estreia nos cinemas no próximo dia 18 de novembro.

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