Crítica | Emicida: AmarElo - É Tudo Pra Ontem - Quando os caminhos se confundem, é necessário voltar ao começo.
Divulgação | Netflix |
Título | Emicida: AmarElo - É Tudo Pra Ontem (Original) |
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Ano produção | 2019 |
Dirigido por | Fred Ouro Preto |
Estreia | 8 de dezembro de 2020 (Mundial) |
Duração | 89 minutos |
Classificação | 12 - Não recomendado para menores de 12 anos |
Gênero | |
País de Origem | Brasil |
O documentário mescla animações, entrevistas e cenas do bastidores do álbum Amarelo, do rapper Emicida lançado em 2019. Ao mesmo tempo, conta história da cultura negra brasileira nos últimos 100 anos.
• Por Alisson Santos
• Avaliação - 10/10
Emicida é um dos rappers que tem ganhado um enorme destaque nos últimos anos. Seja por sua forma de atingir os mais diversos públicos por meio de sua música, como por sua forma de pensar. AmarElo, foi o álbum lançado em outubro de 2019 e chegou ao grande público como uma mensagem de esperança.
O projeto de Emicida e da Laboratório Fantasma contava com a presença de Fabiana Cozza, Pastor Henrique Vieira, Mc Tha, Drik Barbosa, Pabllo Vittar, Majur, Zeca Pagodinho, Fernanda Montenegro, e a força do Senhor Wilson das Neves.
Ao assistir o documentário, o espectador se depara com muito mais do que apenas a cobertura do show realizado em 27 de novembro do ano passado. Dividido em três atos (Plantar, Regar e Colher), Emicida narra um recorte histórico de 100 anos, contando a história daqueles que construíram um tipo de Brasil, mas que foram apagados dos registros históricos: os negros. Essa contextualização é que faz de "AmarElo" na minha visão um documentário tão marcante. Emicida consegue incluir até mesmo Tebas, um negro escravizado que foi um dos marcos da arquitetura de São Paulo.
Até mesmo a escolha do rapper em realizar a apresentação no Theatro Municipal de São Paulo que esteve repleto de ícones negros na plateia, incluindo membros do Movimento Negro Unificado (MNU), que nas escadarias desse mesmo prédio, protestaram contra o preconceito em plena ditadura em 1978.
O projeto de Emicida e da Laboratório Fantasma contava com a presença de Fabiana Cozza, Pastor Henrique Vieira, Mc Tha, Drik Barbosa, Pabllo Vittar, Majur, Zeca Pagodinho, Fernanda Montenegro, e a força do Senhor Wilson das Neves.
Ao assistir o documentário, o espectador se depara com muito mais do que apenas a cobertura do show realizado em 27 de novembro do ano passado. Dividido em três atos (Plantar, Regar e Colher), Emicida narra um recorte histórico de 100 anos, contando a história daqueles que construíram um tipo de Brasil, mas que foram apagados dos registros históricos: os negros. Essa contextualização é que faz de "AmarElo" na minha visão um documentário tão marcante. Emicida consegue incluir até mesmo Tebas, um negro escravizado que foi um dos marcos da arquitetura de São Paulo.
Até mesmo a escolha do rapper em realizar a apresentação no Theatro Municipal de São Paulo que esteve repleto de ícones negros na plateia, incluindo membros do Movimento Negro Unificado (MNU), que nas escadarias desse mesmo prédio, protestaram contra o preconceito em plena ditadura em 1978.
Assistindo esse documentário, eu me peguei várias vezes emocionado com o trabalho que foi desenvolvido. Eu não sou negro, mas sou morador da periferia do estado de São Paulo e ver alguém que saiu da zona norte conseguindo levar essa visão cultural para outro patamar me deu um sentimento de muita satisfação e conforto.
A luta de Emicida é por hoje, pelo ontem e pelo amanhã, e faz questão de deixar claro que aqueles que vieram antes dele, não foram esquecidos. O documentário mostra que um branco, não precisa te despir dos seus privilégios, apenas compreender que existe um mundo que vai muito além do qual ele vê.
Em “AmarElo - É Tudo Pra Ontem”, Emicida apresenta um trabalho diferente do que havia feito anteriormente, trazendo ritmos mais calmos, um pouco de samba, mas sem perder sua essência crítica e imponente, com versos muito bem escritos, que são sua principal característica. Em tempos de ódio, o rapper consegue passar sua mensagem com toda a consciência social que possui utilizando de ritmos mais leves. Um trabalho perfeito e um dos maiores documentários nacionais do ano.
A luta de Emicida é por hoje, pelo ontem e pelo amanhã, e faz questão de deixar claro que aqueles que vieram antes dele, não foram esquecidos. O documentário mostra que um branco, não precisa te despir dos seus privilégios, apenas compreender que existe um mundo que vai muito além do qual ele vê.
Em “AmarElo - É Tudo Pra Ontem”, Emicida apresenta um trabalho diferente do que havia feito anteriormente, trazendo ritmos mais calmos, um pouco de samba, mas sem perder sua essência crítica e imponente, com versos muito bem escritos, que são sua principal característica. Em tempos de ódio, o rapper consegue passar sua mensagem com toda a consciência social que possui utilizando de ritmos mais leves. Um trabalho perfeito e um dos maiores documentários nacionais do ano.
"Emicida: AmarElo - É Tudo Pra Ontem" estreia na Netflix no próximo dia 8 de dezembro.
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