Crítica | O Vento Muda (2018)



TítuloLe Vent Tourne (Original)
Ano produção2018
Dirigido porBettina Oberli
Estreia
6 de Agosto de 2018 ( Mundial )
Duração88 minutos
Classificação 12 - Não recomendado para menores de 12 anos
Gênero
Drama
Países de Origem
Bélgica
França 
Suiça 

Sinopse

Um jovem casal comprometido e apaixonado, coloca a sua energia para salvar a terra. A chegada de Samuel, um engenheiro que veio para instalar uma turbina eólica para torná-los permanentemente autônomos energeticamente, irá profundamente perturbar Pauline e pôr em perigo seu casamento e sua relação com o mundo.


• Por Alisson Santos

• Avaliação - 6/10


Em uma fazenda isolada, Pauline e Alex parecem ter vivido por quinze anos em perfeita harmonia com seu meio ambiente. Suas convicções ecológicas os levam até instalarem uma turbina eólica em um campo para garantir sua autonomia energética. Mas a chegada do belo Samuel, o engenheiro encarregado da instalação, vai abalar ainda mais o casal e, em particular, Pauline.



O drama apaixonado está no seu lugar. Curiosamente, um jovem ucraniano marcado por Chernobyl, vem se juntar ao trio supérfluo. Porque é o desejo que está no cerne do filme. E para a Pauline, um desejo de fuga. Como se Samuel tivesse revelado nela o desgaste de seu amor que resistiu ao teste do tempo. Ao lado de Pauline, que coloca suas emoções antes de suas convicções, Alex parece ser um ideólogo mais radical. Quanto à natureza, ela se manifesta em sua ambivalência nutridora e hostil. O Vento Muda é, sem dúvida, um filme delicado e sensível. Com uma tensão monótona, uma bela fotografia e dois bons intérpretes, Mélanie Thierry e Pierre Deladonchamps. Mas para cruzar muitas histórias e multiplicar as cenas esquemáticas, a diretora suíça Bettina Oberli não atende a todas as expectativas. Seu romance se esgota por falta de substância narrativa e profundidade. Sua turbina eólica está sem fôlego. E sob estes ventos instáveis, o tema ecológico que serve de enquadramento ao filme, é quase um pretexto, tanto a estaca parece artificial, para não dizer decorativa. 


O que torna "O Vento Muda" particularmente interessante é o fato de que a relação triangular entre Pauline, Samuel e Alex não é, em última análise, o ponto central da história. O que importa mesmo, o eixo em torno do qual gira o filme, Pauline, a necessidade de expressar sua personalidade, sem seguir o caminho traçado por outros, sejam de Samuel ou de Alex. Um retrato sincero de uma mulher muito mais moderna do que poderíamos esperar.

*A Mundo Dos Heróis recebeu o convite para ver antes alguns dos principais filmes do Panorama Digital do Cinema Suíço que chega à sua 8ª edição. O evento acontece de 27 de agosto a 6 de setembro. Os filmes serão exibidos gratuitamente na plataforma Sesc Digital. O festival é uma realização do Consulado da Suíça em São Paulo e do Sesc São Paulo, com a agência de cinema Swiss Films.

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