Crítica | Tomb Raider: A Lenda de Lara Croft - Entre erros e acertos, constrói com louvor uma exploração mais profunda do íntimo de Lara Croft.
Divulgação | Netflix |
Título | Tomb Raider: The Legend of Lara Croft (Título original) |
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Ano produção | 2023 |
Dirigido por | Joey Soloway |
Estreia | 10 de outubro de 2024 (Mundial) |
Duração | 8 Episódios |
Classificação | 14 - Não recomendado para menores de 14 anos |
Gênero | |
País de Origem | Estados Unidos |
Sinopse
Envolvida em uma perseguição de alto risco pelo mundo, a aventureira Lara Croft confronta seu passado traumático enquanto desvenda um antigo mistério.
• Por Alisson Santos
• Avaliação - 7/10
Em "Tomb Raider: A Lenda de Lara Croft", Lara Croft abandonou seus amigos para embarcar em aventuras solo cada vez mais perigosas. Tentando o seu melhor para manter as pessoas que ama longe do perigo, seu isolamento é quebrado quando um artefato perigoso e poderoso é roubado da Mansão Croft por um ladrão profundamente conectado ao passado de Lara. No estilo típico de Lara Croft, esse artefato não pode cair nas mãos erradas, levando-a a uma perseguição para recuperar o que foi roubado e impedir o que pode ser um resultado devastador para o mundo.
Viajar pelo mundo é um marco do gênero de ação e aventura e é o cerne da história de Lara aqui. Ela explora tumbas escondidas, encontra forças antigas e usa seus instintos para superar situações angustiantes, todas as marcas registradas da aventureira icônica. Enquanto a maior parte da exploração de Lara é feita com alguém ao seu lado, ou pelo menos oferecendo ajuda, a série se destaca quando temos a chance de ver o que está acontecendo com Lara internamente. Essencialmente, olhar para dentro para entender quem é a mulher assertiva e confiante quando está sozinha e sem uma garrafa de tequila para engolir.
Nesses momentos, vemos Lara traçar um caminho para si mesma. Embora esse elemento pareça um pouco requentado, dado onde a história se passa e os eventos da Trilogia Survivor, a equipe criativa o controlou e focou os olhares de Lara na realidade de que quem você quer ser não é estático e precisa mudar conforme você experimenta mais na vida.
A coisa mais interessante que "Tomb Raider: A Lenda de Lara Croft" faz, é integrar perfeitamente o fanservice dos jogos originais, começando com Lara em sua roupa característica antes de fazer a transição para Lara sendo tão ousada quanto pode ser enquanto vestida com esmero em um vestido de gala. A beleza de Lara sempre foi fundamentalmente enraizada em todas suas interpretações, e isso continua nesta série animada. Mas ao mesmo tempo que ela é uma personagem durona, Lara também pode ter vulnerabilidades. Ela sofre e comete erros enquanto tenta ao máximo se agarrar às pessoas mais próximas a ela. Ela é uma personagem dinâmica que não usa sua personalidade ou circunstância como cenário, mas, em vez disso, informa quem ela é a cada momento. Ao longo da série da Netflix, vemos Lara evoluir. Após os eventos de 'Shadow of the Tomb Raider', Lara foi moldada por sua resiliência. No entanto, vemos o quanto ela ainda tem que aprender por meio de flashbacks do passado, discussões com Jonah e uma situação que faz as inseguranças de Lara se manifestarem.
Divulgação | Netflix |
Além de adicionar easter eggs para os fãs mais atentos encontrarem (e alguns grandes retornos de momentos icônicos), "Tomb Raider: A Lenda de Lara Croft" também captura perfeitamente algumas mecânicas dos jogos. Mas isso não é um jogo, e "Tomb Raider: A Lenda de Lara Croft" sabe disso. Ao mapear as conexões de Lara com outras pessoas, a série estabelece uma base para explorar mais histórias não apenas com Lara, mas também com o elenco estendido de personagens. É uma maravilha que essa animação não tenha se apoiado apenas na nostalgia para sustentar seu texto. Em vez disso, conhecemos Lara, seu mundo e seu povo de uma forma que pode trilhar um caminho antigo, mas nunca nos sentimos desgastados pelas histórias que já conhecemos.
Minha crítica mais pesada, é em relação ao ritmo da série, que por vezes parece irregular, com um aumento expansivo da tensão em certos pontos e uma certa calmaria redundante por longos períodos. Além disso, algumas sequências de ação animadas nem sempre capturam a estética cinética pela qual a Powerhouse Animation se tornou conhecida com Castlevania.
No final das contas, porém, os pontos positivos para mim são mais aconchegantes do que os negativos. Os ambientes que vemos Lara explorar são exuberantes, com o plano de fundo muitas vezes de cair o queixo. Lara é um mero pontinho quando está lidando com tumbas e selvas que explora, mas é isso que cria a grandeza e o fascínio pela aventura. Mas se há uma coisa que "Tomb Raider: A Lenda de Lara Croft" constrói com louvor, é fazer a vida de Lara valer a pena ser explorada mais profundamente. Lara Croft não existe no vácuo, ela é impactada por suas aventuras, as pessoas que conhece, as culturas que explora e as perdas que sofre. Essa é sua lenda, essa é Lara Croft.
"Tomb Raider: A Lenda de Lara Croft" já está disponível na Netflix.
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